No senso comum, a volatilidade dos preços das ações no curto prazo é maior do que em longos períodos. Ledo engano. Lubos Pastor e Robert Stambaugh, das Universidades de Chicago e da Pensilvânia, respectivamente, conduziram uma pesquisa para responder à pergunta: “As ações são realmente menos voláteis no longo prazo?” Ao final do estudo, concluíram que não. Num período de 30 anos, a variância — conceito da estatística que mede o quanto um valor pode se afastar daquele esperado — tende a ser de 21% a 53% maior do que a registrada em 12 meses.

Segundo os pesquisadores, investidores não conhecem a dinâmica que leva aos resultados esperados. Pastor e Stambaugh confirmam a ideia de que, no longo prazo, os impactos negativos são compensados pelos positivos, e vice-versa. No entanto, mostram que esse efeito é apenas um dos componentes da variância. Fatores como a incerteza sobre retornos futuros e o risco de avaliações erradas também se ampliam quanto mais se estica o horizonte analisado. Isso não significa que investidores de longo prazo devam manter seus papéis por menos tempo. “A volatilidade das ações é apenas um ingrediente-chave em um problema que envolve outras considerações de extrema importância, como o capital humano”, alertam os autores do estudo.

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