A Siemens, maior empresa de engenharia da Europa, concordou em pagar cerca de US$ 800 milhões nos Estados Unidos e US$ 540 milhões na Alemanha para arquivar um caso de corrupção envolvendo agentes públicos em países em desenvolvimento para obtenção de contratos. Segundo a agência Bloomberg, os promotores acusaram a Siemens de desembolsar em torno de US$ 1,4 bilhão em propinas durante anos para funcionários e políticos de diversos países, inclusive negociações de contratos de transporte na Venezuela, redes de telefonia celular em Bangladesh, plantas de energia em Israel e sistemas de controle de tráfico na Rússia, dentre outros. Com o acordo assinado em 15 de dezembro, a empresa não irá a julgamento. De acordo com o press release da companhia, os promotores aceitaram o pagamento de multas por falhas na supervisão das operações da empresa. Porém, as investigações contra os antigos membros do conselho executivo e outros funcionários permanecerão inalteradas.
O escândalo das propinas, divulgado em novembro de 2006, levou a investigações em mais de dez países. O novo CEO da companhia, Peter Loescher, contratado em julho de 2007 com o objetivo de resolver o problema, já havia separado 1 bilhão de euros para cobrir as eventuais despesas com multas nos EUA e Alemanha. Além disso, Loescher substituiu metade dos 100 principais executivos da companhia e contratou um renomado escritório de advocacia de Nova York para realizar a maior investigação privada desse tipo já registrada — a um custo de US$ 280 milhões para os acionistas da companhia.
A especialista Ellen Podgor, em entrevista à revista The Economist, declarou que a Siemens contratou voluntariamente o escritório não tanto para minimizar as multas, mas, principalmente, para obter alguma leniência dos promotores. Dessa forma, esperava evitar ser proibida de realizar negócios com o governo norte-americano. No acumulado de 2008 até 15 de dezembro, a empresa havia perdido 55% do valor de mercado, que passou a US$ 61 bilhões.
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