As fusões reversas, conhecidas pelo nome em inglês reverse mergers, estão na pauta da Securities and Exchange Commission (SEC). A reguladora norte-americana lançou um comunicado instruindo os investidores a terem cuidado com empresas que estreiam no mercado dos Estados Unidos utilizando essa alternativa. Na operação, uma empresa fechada se torna aberta após uma fusão com uma companhia já listada em bolsa ou mercado de balcão. A principal qualidade da operação é acelerar o processo burocrático de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

O órgão regulador recomenda uma análise completa dos fundamentos da organização antes de tomar a decisão de investimento, pois esse tipo de operação pode facilitar a entrada de empresas sem padrões adequados de governança. A reverse merger é comumente utilizado por empresas de fora dos Estados Unidos que, após a fusão, aproveitam a colocação no mercado para captar recursos. As companhias abertas escolhidas para esse processo são conhecidas como “empresas casca” e se caracterizam por ter pouca ou nenhuma negociação.

Recentemente, a SEC e bolsas de valores norte-americanas suspenderam a negociação de mais de dez emissoras estrangeiras do tipo por causa da falta de informação recente e precisa sobre elas. Entre os fatores de risco, está o fato de essas empresas utilizarem firmas de auditoria de pequeno porte, com pouca ou nenhuma condição de fazer uma avaliação correta dos riscos de um cliente de outro país.

O blog Market Beat, do Wall Street Journal, destacou que, embora as empresas chinesas não fossem citadas como um alvo principal do relatório da SEC, elas estão entre as maiores adeptas de reverse mergers nos últimos anos. Cerca de 40 empresas da China, muitas delas cobertas por “cascas”, apresentaram problemas contábeis nos últimos meses.