Os conselheiros de administração de companhias norte-americanas estão incrementando as relações com seus investidores. É o que aponta o estudo 2012 Board Practices Report: Providing Insight into the Shape of Things to Come, publicado, em janeiro, pela Deloitte, em parceria com a Society of Corporate Secretaries and Governance Professionals, que reúne profissionais de mais de três mil empresas. A pesquisa mostra que os membros do conselho de administração das companhias abertas dos Estados Unidos têm feito 4% mais de reuniões com seus investidores — 53% ante 49% em 2011. Outro dado interessante é que 33% dos boards se reuniram, em 2012, com mais de 20% dos acionistas; outros 30% disseram que esse percentual ficou entre 1% e 5%.

O pleito dos acionistas para ampliar o diálogo com os conselheiros de administração é antigo. Em 2010, investidores institucionais de vários países, com US$ 2,2 trilhões em ativos sob gestão, propuseram às empresas norte-americanas que realizassem o “Fifth Analyst Call” — uma teleconferência para investidores institucionais, realizada antes da assembleia anual, cujo propósito seria exclusivamente abordar aspectos de governança corporativa. Dentre os autores dessa ideia estão F&C Asset Management (Reino Unido); Australian Council of Superannuation Investors (Australia); Walden Asset Management (Estados Unidos), DWS Investment GmbH (Alemanha) e PGGM Investments (Holanda).

Apesar de bem intencionada, a iniciativa vem evoluindo a passos lentos. Segundo o estudo da Deloitte, somente 2% das empresas abertas norte-americanas promoveram, em 2012, um “Fifth Analyst Call”. E, ao que tudo indica, esse percentual deve continuar baixo. Segundo o estudo, apenas 5% das companhias consideravam adotar essa teleconferência; 73% afirmaram que não tinham interesse; e 20% confessaram nunca ter ouvido falar nesse termo. Pelo jeito, as tradicionais reuniões com os investidores continuarão sendo a forma mais usada pelos conselheiros para dialogar com os acionistas.