O burburinho em torno do aumento do preço dos combustíveis, anunciado ontem pela Petrobras, conseguiu arrefecer o interesse do mercado pelas denúncias de corrupção que assolam a companhia. O reajuste era mais do que esperado. A empresa de capital misto compra petróleo no mercado internacional para revender no Brasil. Os valores praticados aqui, no entanto, não compensam o custo da transação. O prejuízo vem sendo absorvido pela Petrobras, e por seus acionistas, num esforço do governo para conter a inflação. O uso político-econômico da companhia é controverso, assim como a sua forma de se comunicar com o mercado.
No dia 4, terça-feira, o conselho de administração da Petrobras finalmente aprovou o reajuste dos preços. Na saída do encontro, ao ser questionada por jornalistas, a presidente Maria das Graças Foster foi enfática ao declarar que “aumento não se anuncia, se pratica”. A partir daí, começaram as especulações sobre a dosagem que seria usada.
Diante do intenso noticiário e das poucas informações oficiais, a Petrobras foi questionada pela BM&FBovespa. Em comunicado ao mercado arquivado na CVM no dia 5, às 21h20, a área de relações com investidores (RI) foi clara ao afirmar que, até então, não havia “data ou percentual definidos para o reajuste no preço da gasolina e do diesel”. Além disso, informou que a orientação do conselho tem sido manter os níveis de preços.
Menos de 24 horas depois, às 19h13 do dia 6, a área de RI arquivou um novo comunicado na CVM. Sob o título “Reajuste de preços”, a Petrobras anunciou aumentos de 3% e 5%, para gasolina e diesel, respectivamente. Os novos valores começaram a vigorar hoje.
O curioso é que, entre a divulgação dos dois comunicados, o conselho de administração da Petrobras não se reuniu — apesar de sua orientação pela continuidade dos preços ter sido abandonada em poucas horas.
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