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Projeções para 2015
O ano em que a indústria de fundos de investimento atingirá R$ 3 trilhões sob gestão

, Projeções para 2015, Capital Aberto

Alexandre Póvoa*/ Ilustração: Julia Padula

Em junho de 2006, escrevi um artigo neste espaço intitulado “2010 e a indústria de fundos de investimentos”, buscando projetar o futuro. Previ que chegaríamos a 2010 com R$ 1,6 trilhão sob gestão. O juro real cairia para 7% ao ano, e a intensa migração de produtos de renda fixa para variável faria com que o segmento de ações atingisse 15% do total, e o de multimercados, 35%. O fato é que chegamos a 2010 com

R$ 1,35 trilhão sob gestão, juro real a 6% ao ano, e fatia de ações e multimercados de, respectivamente, 12% e 25%. A crise atrapalhou qualquer estimativa. Para 2015, acredito que a indústria de fundos atingirá R$ 3 trilhões sob gestão, com os percentuais em ações e multimercados alcançando 20% e 40%. O juro real estará ao redor de 6,5% a.a..

Na época, também havia projetado que 2010 seria marcado pela menor concentração de volumes nos grandes gestores e por uma clara tendência de queda nas taxas de administração. O terremoto financeiro, no entanto, provocou uma devastação do volume gerido pelas assets independentes, e a fusão de grandes bancos levou a uma concentração ainda maior. Porém a queda de juros deu início à redução das taxas de administração, como previsto. Para 2015, o estouro da bolha criada pelo surgimento indiscriminado de assets no Brasil fará com que o investidor fique mais seletivo na escolha do gestor. Casas pequenas fecharão ou buscarão fusões.

As gestoras de menor porte mais estruturadas crescerão no espaço deixado pelas grandes assets recém-fundidas. Devido ao aumento de participação dos segmentos de risco, as assets maiores partirão para a aquisição de gestoras (ou de equipes a elas ligadas) com essa expertise. Teremos, assim, uma indústria mais qualificada e, paradoxalmente, com menor concentração e menos players relevantes.
A pressão para a redução das taxas de administração permanecerá, mas com o aumento de importância da taxa de performance na receita total.

Havia estimado, ainda, o crescimento de importância do crédito privado, da renda variável, do mercado internacional, e de posições long short como diferenciais de desempenho. De fato, a participação dos mercados citados nas carteiras cresceu, com destaque para a liberação de aplicações no mercado internacional: 20% do patrimônio no caso dos fundos de investimentos, e 10% na carteira dos fundos de pensão. Para 2015, acredito que a redução dos prêmios e a internacionalização das carteiras levarão, paulatinamente, à maior sofisticação dos instrumentos e das técnicas de gestão. Gestores de ações se aproximarão definitivamente das áreas de pesquisa, que ampliarão o número de empresas sob cobertura; e os gestores de câmbio, além do real e do dólar, operarão com naturalidade outras moedas. A demanda por fundos long short neutros (sem estratégia direcional) aumentará como alternativa de diversificação.

Em relação à Bovespa, previ que alcançaríamos, em 2010, R$ 4 bilhões de volume médio diário negociado, 500 empresas listadas, e relação valor de mercado das ações/PIB de 80%. Temos, hoje, números bem próximos disso: R$ 4,5 bilhões de volume médio diário, 432 companhias listadas, e relação valor de mercado/ PIB de 79%. Para 2015, continuaremos crescendo. Pelo menos 600 empresas terão capital aberto, com o volume médio diário de negociação de R$ 8 bilhões. A relação valor de mercado/PIB chegará a 110% (nível semelhante ao norte-americano, hoje em 90% após a crise). A diversificação de setores na bolsa continuará, com o forte desenvolvimento do mercado de aluguel de ações, de produtos mais sofisticados (sobretudo na área de commodities), e de derivativos de ativos internacionais.

Para quem duvida dos números ambiciosos, uma dica: 2015 é o ano seguinte de uma Copa do Mundo e o anterior a uma Olimpíada no Brasil. Quem apostaria nisso em 2006?


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