Em momentos de alta volatilidade, as notas promissórias se destacam. Até outubro, 28 ofertas desse título ganharam registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O volume alcança aproximadamente R$ 17 bilhões, ante os R$ 9,7 bilhões dos 20 lançamentos computados em 2007.
O prazo máximo de 360 dias e a estruturação simples tornam as notas promissórias o caminho ideal para empresas que necessitam de captação rápida. “Em momentos turbulentos como esse, somente acessa o mercado de dívida quem precisa alongar o perfil de endividamento ou cumprir com acordos”, observa o superintendente geral da Andima, Paulo Eduardo Sampaio. É o caso da Cosan, que decidiu, no dia 30 de outubro, captar US$ 500 milhões em notas promissórias. O objetivo: cumprir o acordo, feito no início do ano, de US$ 800 milhões com a Esso para comprar a rede de postos da empresa no Brasil.
Com o objetivo de liquidar sua primeira emissão de notas promissórias, a Alupar, do setor elétrico, levantou R$ 140 milhões, por um prazo de 90 dias. O prêmio pago foi salgado: 148% do CDI. “O mercado de notas promissórias está se recalibrando. É um dos reflexos da crise”, afirma Sampaio. Do início de setembro até o começo de outubro, não houve registro desses papéis na CVM.
A hibernação foi mais forte no mercado de debêntures. Em setembro, nenhuma operação foi registrada, e apenas duas passaram pela CVM em outubro. O total, de R$ 560 milhões, é menos da metade do R$ 1,190 bilhão que as notas promissórias levantaram no mesmo período.
No acumulado do ano, a dívida de longo prazo também perde. Excluindo-se as emissões das empresas de leasing, apenas R$ 6 bilhões em debêntures foram registrados em 2008, até outubro. Ano passado, no mesmo período, esse número alcançava R$ 13 bilhões, enquanto as notas promissórias movimentavam apenas R$ 9,7 bilhões. O fato é que a exigência por prêmios altos desestimula captações maiores. “A empresa prefere dívidas de curto prazo para não se comprometer com remunerações elevadas por muito tempo”, diz Sampaio.
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