Hoje pela manhã a Petrobras oficializou a renúncia da presidente Maria das Graças Foster e de outros cinco diretores. O aviso chegou na forma de um comunicado ao mercado, em resposta a questionamentos feitos pela BM&FBovespa e pela CVM. A notícia já era aguardada, mas chamou atenção pela forma como foi transmitida: com o pregão em andamento, após o prazo estipulado, em apenas três linhas e sem um fato relevante.
De acordo com o comunicado ao mercado divulgado pela Petrobras, BM&FBovespa e CVM questionaram a companhia a respeito dos rumores de troca no comando. Na terça-feira, dia 3, o noticiário dava como certa a saída de Graça Foster ― o que motivou também a alta de 15,47% das ações preferenciais e um volume de negócios quase 100% superior ao do dia anterior. O limite para envio da resposta também estava claro: até 9h de hoje, ou seja, antes do início dos negócios na bolsa de valores. A Petrobras, por sua vez, ignorou o prazo e divulgou o comunicado às 10h13.
O aviso, ainda que tardio, foi considerado insuficiente. Prova disso é que às 21h44 a Petrobras divulgou um fato relevante com esclarecimentos sobre o anúncio feito horas antes. Só aí a companhia anunciou os nomes dos cinco diretores demissionários. São: Almir Guilherme Barbassa, diretor financeiro e de relacionamento com investidores (RI); José Miranda Formigli, diretor de exploração e produção; José Carlos Cosenza, diretor de abastecimento; José Alcides Santoro, diretor de gás e energia; e José Antônio de Figueiredo, diretor de engenharia, tecnologia e materiais. Os executivos permanecerão nos respectivos cargos até sexta-feira, dia 6, quando uma reunião do conselho de administração elegerá a nova diretoria.
Desde que se viu envolvida nas denúncias de corrupção surgidas a partir da Operação Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal, a petroleira tem enfatizado seus esforços na melhoria da governança corporativa. No fim do ano passado, a empresa criou a diretoria de governança, risco e conformidade. O posto foi assumido por João Elek, no dia 19 de fevereiro. Dias depois, ao divulgar o balanço não auditado do terceiro trimestre, a mensagem foi enfatizada pela então presidente: “Trabalhamos para que, no futuro próximo, nossa companhia seja reconhecida por seus métodos de governança e controles internos com a mesma excelência [com] que tem sido reconhecida ao longo dos anos por sua capacidade técnica e operacional”.
Na prática, a avaliação é de que a governança da Petrobras continua deixando a desejar. Prova disso é o noticiário constante derivado das reuniões do conselho de administração. As informações seriam resultado do vazamento de informações por parte dos próprios conselheiros da empresa. Não fossem as informações privilegiadas, o mercado estaria há quase um ano sem notícias do que é tratado nos encontros do board da petroleira. A ata mais recente divulgada pela companhia é de 21 de março do ano passado ― na época, a empresa ainda não havia sido afetada pela Operação Lava Jato, que se deflagrara oficialmente poucos dias antes, em 17 de março.
* Atualizado em 5/2/2015.
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