Ao fim do pregão do último dia 20 de abril, a Alpargatas anunciou que convocará uma assembleia para discutir sua migração para o Novo Mercado da B3. A proposta é de conversão das ações na proporção de 1,3 PN para cada ON — atualmente, a companhia tem quase a metade de seu capital sob a forma de preferenciais. O plano foi idealizado pela controladora, a J&F Investimentos, com base em estudo feito pelo Bradesco BBI. A diluição de 23%, no entanto, promete gerar polêmica: o percentual é maior que o registrado em recentes operações semelhantes.
Em 2016, ao levarem a negociação de seus papéis para o Novo Mercado, Contax e Santos Brasil converteram as ações na proporção de uma PN para cada ON — ou seja, não diluíram os acionistas. Já a Vale, que em fevereiro deste ano anunciou planos de migração para o segmento especial, diluirá os minoritários, mas em escala inferior à proposta pela Alpargatas. Após a conversão das ações PN da Vale em ON, supondo que todos os minoritários decidam aderir à troca, eles ficarão com 58,11% do capital social, ante os 61,01% que detêm atualmente. A relação de troca será de 0,9342 ON para cada PN — proporção calculada com base no preço de fechamento dos 30 pregões anteriores ao anúncio da operação.
A diluição sugerida pela Alpargatas surpreendeu o mercado, mas conta com o apoio do maior minoritário da companhia. Segundo o comunicado de fato relevante divulgado no dia 20, a Bonsucex, holding controlada por Silvio Tini de Araújo, antecipou estar de acordo com a operação. A ida da Alpargatas para o Novo Mercado era uma demanda antiga do empresário, desde a época em que a companhia era controlada pela Camargo Corrêa.
O aval de Araújo promete ser importante na assembleia especial de preferencialistas que deliberará sobre a conversão — ainda sem data marcada. Somadas as fatias que detém diretamente na empresa e por meio da holding Bonsucex, o investidor é dono de 10,5% do capital da Alpargatas — o equivalente a 10,59% do total de PNs e a 10,44% das ONs. Tem, portanto, a segunda maior fatia de preferenciais, atrás da J&F (20,95%).
A Alpargatas não informou se a J&F votará na assembleia. Cabe destacar que os acionistas que não comparecerem ao encontro, forem contrários à conversão ou se abstiverem de votar têm assegurado o direito de retirada. O pagamento, no entanto, é pouco atrativo: R$ 4,27, preço equivalente ao valor patrimonial no encerramento do último exercício. No fechamento do pregão de 26 de abril, cada PN valia R$ 12,65.
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