De Minas para o mundo
Com filiais no Chile, no Peru e na Austrália, Devex encontra na FIR Capital o parceiro certo para sua empreitada internacional

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Em meados de 2009, a mineira Devex, produtora de soluções para gerenciamento e otimização de operações de minas a céu aberto e subterrâneas, tinha 80% de participação de mercado no Brasil. Sabia que era a hora de dar os primeiros passos para cruzar as fronteiras do País, mas reconhecia que, em sua bagagem, faltavam ferramentas essenciais. Foi quando seus gestores se lembraram dos contatos feitos, dois anos antes, com a gestora FIR Capital, nos corredores do Departamento de Ciências de Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As conversas evoluíram, e o resultado foi o investimento do Fundotec II na Devex.

Segundo David Travesso, CEO da FIR Capital, a Devex supriu uma demanda do portfólio do fundo, cujo capital comprometido soma R$ 77,4 milhões. “Na época, buscávamos uma empresa do setor de mineração, mas estava difícil encontrar”, lembra Travesso. “Esse setor tem um grande player brasileiro (a Vale) que atrai um amplo conjunto de empresas menores prestadoras de serviço, mas não é fácil encontrar ativos de qualidade.”

A Devex desenvolve sistemas para garantir que o planejamento de extração de minério seja cumprido sem perdas, por meio do monitoramento em tempo real da operação e da obtenção de relatórios fiéis e dados auditáveis. A empresa tem como clientes Vale, Anglo American, Kinross, Mineração Rio do Norte, V&M AngloGold, Ashanti, dentre outros. “Companhias como a Devex têm uma importância enorme para as grandes mineradoras, que trabalham com margens espremidas e, por isso, precisam obter o máximo de aproveitamento”, explica Guilherme Bastos, presidente da empresa. Como essas mineradoras também possuem atividades fora do Brasil, a internacionalização se torna quase uma necessidade.

Para receber o aporte de recursos do fundo, a Devex precisou aprimorar a sua governança corporativa. Um dos grandes ganhos com a parceria, na opinião do CEO da Devex, foi a implementação de um conselho de administração. Formado pelos dois sócios da empresa, dois membros da FIR e um profissional independente — Sebastião Ribeiro, ex-CEO da BHP Billiton Brasil, que ocupa a posição de chairman —, o órgão colocou ordem na casa ao traçar planejamentos estratégicos que permitiram à Devex seguir adiante com seu plano de internacionalização.

De acordo com Travesso, a implantação de boas práticas foi essencial para a companhia conseguir aspirar a voos mais altos. “Lá dentro, havia a ideia de que a evolução da governança ocorre naturalmente, e, por isso, não é preciso se preocupar em melhorar”. Além da criação do conselho, a FIR buscou readequar a estrutura de controles internos da Devex, assim como incrementar a prestação de contas. Foi nomeado um novo CFO e contratada uma firma de auditoria externa. “Hoje, a empresa tem uma governança similar à de uma de capital aberto”, orgulha-se o gestor.

Com a governança calibrada, o board ajudou a companhia a prospectar, em 2010, três possíveis aquisições de empresas estrangeiras de médio porte — uma na Austrália, uma na Inglaterra e outra nos Estados Unidos. Mas nenhum dos negócios vingou. Diante disso, o conselho direcionou os esforços às aquisições de empresas menores e ao crescimento orgânico, com abertura de escritórios em alguns países. “Atualmente, estamos avaliando aquisições no Canadá, na Austrália e na África do Sul”, conta Bastos.

Enquanto as compras não se concretizam, a empresa se mexe para ampliar sua base de clientes no exterior, com a abertura de filiais no Chile, no Peru e na Austrália. Com a carteira de serviços nesses locais cheia, a Devex viu seu lucro líquido engordar mais de 40% em 2010, pulando de R$ 27 milhões para R$ 38 milhões. O desempenho e o potencial da empresa têm chamado a atenção de grandes grupos estrangeiros. “Como procuramos muito peixe grande lá fora para vender nosso produto ou mesmo fazer parcerias, colocamos a companhia na vitrine internacional, o que atraiu interessados”, observa Travesso. O fundo ouve as propostas, mas não pensa em desinvestimento por enquanto. “Ainda é cedo. Acreditamos que há muito espaço para criar valor na companhia”, atesta o presidente da FIR Capital, que vê a abertura de capital da Devex como uma porta de saída atrativa para o fundo. “Governança para um IPO a empresa já tem, mas essa possibilidade dependerá muito do momento do mercado”, frisa.


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