Da fábrica para o board
Na Suécia, participação de empregados nos conselhos de administração é disseminada e bem aceita

A Lei 12.353/2010, regulamentada em março, obrigou companhias controladas pela União Federal com mais de 200 empregados a destinar ao menos uma vaga do conselho a alguém escolhido diretamente pelos funcionários. Mas essa prática ainda incomoda os adeptos da tese de que o conselho deve se guiar pelos anseios dos acionistas e não pelos de toda a rede de relacionamentos da companhia. Com a chegada dos sindicatos, teme-se que matérias de interesse exclusivo dos funcionários desviem o foco dos conselheiros.

Há mercados, porém, em que o duplo papel do conselheiro é bem aceito, como acontece na Suécia. O país escandinavo prevê em lei a participação dos funcionários em conselhos de companhias abertas desde os anos 1970. Dentre os mais conhecidos está Kenneth Carlsson, conselheiro da SKF, fabricante de equipamentos controlada pelo grupo AB SKF. Há 12 anos na função, ele acredita que sua presença no alto escalão da empresa trouxe benefícios para todos. “A saúde da companhia é um interesse comum de sócios e funcionários”, destaca. Ele reconhece, no entanto, que sua tarefa no board é, sim, defender os interesses dos funcionários. Carlsson se apresentou durante a Jornada Técnica 2011, evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), realizado em maio na Suécia e na Finlândia.

Na Suécia, o número de conselheiros eleitos por empregados não pode compor a maioria dos assentos. Na SAAB, fabricante de aeronaves e equipamentos para a indústria bélica, dos 15 membros do board, 4 representam o quadro de funcionários. Algumas medidas ajudam a evitar que o posto seja mal usado. O profissional selecionado pelos funcionários não recebe uma remuneração equivalente à dos conselheiros convencionais, apesar de todos exercerem as mesmas responsabilidades. Dessa forma, chegar a esse cargo não representa ter uma súbita ascensão financeira, uma vez que o salário dos tempos de empregado comum é mantido para os que ingressam no conselho. (A repórter Yuki Yokoi viajou a convite do IBGC)


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