As assembleias de acionistas de oito companhias estiveram na berlinda na última temporada. De acordo com as informações divulgadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de dezembro de 2010 até maio de 2011, Aços Villares, Bradesco, Cemig, Companhia de Participações Aliança da Bahia, Forjas Taurus, Oi (Telemar Norte Leste), Telesp e Vivo foram alvo de investidores dispostos a interromper ou prorrogar os prazos de convocação dos encontros.

Os episódios não têm relação entre si, no entanto, a preocupação dos investidores se acentuou especialmente em assembleias que trataram de operações societárias mais complexas. A incorporação da Vivo pela Telesp, companhias de controle comum, exigiu a análise de vários pontos. Outro caso foi a reestruturação societária da Forjas Taurus. A companhia convocou os acionistas para votar a incorporação da holding controladora, com elevado nível de endividamento, pela sua controlada. “Era uma operação pouco usual”, diz Valter Bianchi Filho, sócio da Fundamenta Administração de Carteiras, que, por conta disso, solicitou a prorrogação do prazo à CVM.

O pedido foi negado pela autarquia, e a gestora gaúcha, detentora de 0,15% do capital social da Taurus antes da reestruturação, acabou votando contra a operação. Foi voto vencido. Mas o resultado não desanimou o investidor. “É importante mostrarmos que há mais acionistas que cobram boa governança e não estão dispostos a dar apenas um voto protocolar”, avalia Bianchi Filho.