Pelo segundo ano consecutivo, os representantes dos acionistas minoritários que integram o conselho fiscal da Petrobras reprovaram o balanço anual da petroleira. Reginaldo Alexandre (também presidente da Apimec) e Walter Albertoni assinam os votos contrários, divulgados em 21 de março. Apesar de vencidos (as demonstrações foram aprovadas por maioria, com o voto favorável dos outros três integrantes do órgão), os executivos solicitaram à administração a implementação de cinco medidas que classificam como “cabíveis e necessárias para reduzir a alavancagem financeira”.
Os conselheiros fiscais pediram a adoção de políticas realistas de preços (“com suspensão de eventuais subsídios que ainda possam existir”), a criação de iniciativas para aumento de eficiência (diante do “excesso de empregados em funções administrativas”) e a renegociação de contratos, com o objetivo de reduzir preços. Além disso, solicitaram que o programa de investimentos saia do papel, mas não sem antes passar por uma ampla revisão, que leve em conta a realidade do mercado internacional de petróleo.
Alexandre e Albertoni mostraram preocupação ainda com a falta de evolução da Petrobras nos testes de impairment dos ativos — motivo que fez o conselho fiscal reprovar o balanço da estatal também em 2014. O ponto crítico é saber se a situação patrimonial da companhia, em especial dos itens do ativo imobilizado, está adequadamente registrada — isso por causa das suspeitas de superfaturamento apontadas pela Operação Lava Jato.
Eles também condenaram o uso do hedge accounting — estratégia contábil, voluntária, que reduz a volatilidade dos resultados — “por não refletir fidedignamente a realidade econômico-financeira” da empresa. Na avaliação dos conselheiros dissidentes, o descasamento entre os custos da companhia, em especial os denominados em dólares, e as receitas em reais não está evidenciado adequadamente.
Cabe destacar que o balanço de 2015 da Petrobras foi referendado pela PwC, firma responsável pela auditoria independente.
A PwC emitiu parecer favorável, sem ressalvas, mas com ênfase relacionada a possíveis efeitos decorrentes da investigação da Lava Jato e de ações judiciais. No ano passado, a companhia registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões. Segundo a Economatica, o resultado foi o segundo pior entre as companhias brasileiras de capital aberto. Ficou atrás apenas do prejuízo da Vale, que finalizou 2015 com um rombo de R$ 44,2 bilhões.
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