A CVM questiona as demonstrações financeiras da Mundial relativas ao exercício de 2010. De acordo com a autarquia, a companhia recebeu apenas R$ 1,2 milhão dos R$ 272,5 milhões devidos por sua coligada Hercules. Embora o calote representasse cerca de 30% de seu ativo total, a Mundial não fez provisão das perdas e a Directa, responsável pela auditoria independente do balanço, não emitiu ressalvas.
Com um balanço mais otimista do que a realidade, a Mundial protagonizou, no ano seguinte, um dos maiores escândalos recentes do mercado de capitais brasileiro. O episódio ficou conhecido como “bolha do alicate”, numa referência a um dos produtos que a companhia fabrica, e foi contado em detalhes na reportagem “Uma bolha anunciada”, publicada na edição 109 da capital aberto.
A bolha foi inflada pela estratégia de comunicação da Mundial. A empresa divulgou sucessivos comunicados, sempre enfatizando proezas — como o abatimento de dívidas fiscais e o plano de migração para os níveis diferenciados de governança corporativa da BM&FBovespa. O noticiário positivo, somado a boatos que cogitavam a venda da companhia, fez disparar o preço das ações. O papel subiu 1.500% em três meses. A alta exagerada e repentina acabou virando caso de polícia. Em 2012, a Justiça acatou denúncia do Ministério Público e Michel Ceitlin, presidente da Mundial, e nove agentes autônomos tornaram-se réus após serem denunciados por manipulação de mercado e formação de quadrilha, além de uso de informações privilegiadas. O caso continua sob investigação no judiciário de Porto Alegre, onde fica a sede da companhia.
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