No dia 29 de março, o Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), regulador das firmas que auditam companhias sujeitas à Lei Sarbanes-Oxley, anunciou mais duas punições ligadas ao episódio de falsificação, por antigos executivos da Deloitte no Brasil, de documentos de auditoria dos balanços de 2009 e 2010 da Gol. As sanções atingem Michael Morrell, ex-presidente do conselho de administração da firma, e Juarez Lopes de Araújo, ex-CEO.
A fraude veio à tona em dezembro passado e rendeu à Deloitte a emblemática multa de US$ 8 milhões — foi a primeira sanção decorrente de fraude e falta de cooperação em investigações aplicada a uma das quatro grandes firmas mundiais de auditoria, as chamadas “big four” (além da Deloitte, EY, KPMG e PwC). Numa inspeção de rotina iniciada em 2012, o PCAOB percebeu que 70 papéis de trabalho foram adulterados para esconder dos inspetores as falhas no processo de auditoria das demonstrações financeiras da Gol. A maquiagem rendeu, além da multa à Deloitte, 12 sanções individuais. A punição mais severa foi para o sócio líder da Deloitte José Domingos do Prado, proibido permanentemente de atuar como associado de firma de auditoria registrada no regulador americano.
Nessa nova rodada de punições, Araújo, CEO da Deloitte no Brasil à época dos fatos, recebeu a mesma sanção de Prado, por não ter colaborado com as investigações e por ter se recusado a prestar depoimento. O executivo foi substituído por Altair Rossato em junho do ano passado, meses antes de o caso ser divulgado. Deixou o posto ao atingir 62 anos, limite de idade para atuar na firma. Morrell, ex-chairman da Deloitte, foi condenado ao pagamento de multa de US$ 35 mil, além de ter sido proibido de atuar em auditorias registradas no órgão por cinco anos, por não ter agido mesmo ao tomar conhecimento de que documentos adulterados eram oferecidos à inspeção.
“A ordem anunciada contra o ex-presidente da Deloitte Brasil deixa claro que a má conduta foi até o topo da hierarquia da empresa e que nossa investigação persistiu até descobrirmos a extensão das irregularidades”, afirmou em comunicado Claudius Modesti, diretor da área de fiscalização do PCAOB. Segundo ele, a sanção evidencia que a recusa na cooperação com investigações resulta em duras punições.
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