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Combustível para crescer

Histórias de empresários que se capitalizam com a ajuda de investidores ainda são uma novidade no Brasil. Foram cinco anos de escassez de ofertas iniciais de ações (os IPOs, na sigla em inglês) até o início, em 2004, de um período próspero para as aberturas de capital. Sem dúvida, uma mudança importantíssima, porém pouco representativa quando confrontamos as nossas estatísticas com as de outros emergentes. O Brasil tem muito menos empresas abrindo o capital do que seus pares, como mostra a reportagem da jornalista Marília Ávila, a partir da página 26.

A comparação internacional estimula uma análise mais elaborada do momento atual do mercado de capitais brasileiro. O baixo número de IPOs dos últimos anos não tem a ver apenas com as crises internacionais — a justificativa mais recorrente — mas, principalmente, com problemas dentro de casa. Acostumados durante anos com uma economia fechada e pouco competitiva, muitos de nossos empresários, em especial os de porte médio, ainda não encaram com naturalidade a ideia de abrir mão de uma fatia relevante de seu empreendimento, muito menos do controle, para obter o capital de que necessitam.

É claro que a culpa não é apenas do emissor. Antes de tudo, falta demanda.
Se percebessem um apetite forte dos investidores, com perspectivas atraentes de preço para suas ações, esses empresários certamente estariam mais tentados a aceitar a convivência com acionistas minoritários. Nossa experiência recente mostra que o investidor internacional não gosta de aportar grandes quantias em negócios que possam lhe oferecer baixa liquidez. Portanto, à exceção de períodos de euforia como o ano de 2007, é do investidor doméstico, tanto o institucional como as pessoas físicas, que vem o estímulo às aberturas de capital. É da poupança interna que se extrai o combustível para o crescimento das empresas no longo prazo.

Ter um mercado de capitais autossustentável, capaz de prover recursos a um número muito maior de empresas do que vimos até agora, é um fator crucial para a competitividade do País. O Tesouro Nacional vem dando sinais de esgotamento da sua capacidade de ampliar as contribuições para o BNDES, até hoje responsável por boa parte do financiamento das companhias brasileiras. Cabe ao governo pensar estratégias mais robustas e efetivas de movimentar o nosso mercado de capitais. Os avanços obtidos pelas regulações privada e estatal são notórios, contudo ainda faltam algumas peças para compor o ambiente econômico que suportará um crescimento mais forte do Brasil nos próximos anos.


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