Apertar o cinto e inaugurar uma fábrica fizeram diferença para a Suzano. Em outubro, a Fitch alterou a perspectiva de rating da companhia de estável para positiva, enquanto, na bolsa, as ações acumulavam alta de mais de 60% em 12 meses (contra cerca de 12% negativos do Ibovespa). A Suzano é a segunda maior produtora mundial de celulose de eucalipto e líder do mercado de papéis brancos no Brasil e na América do Sul. Mas, segundo a Fitch, apesar da forte posição operacional, a alavancagem elevada limitava a nota de crédito da empresa a BB- (grau especulativo).
É aí que entram a diminuição no endividamento e a fábrica nova. A planta no Maranhão começa a operar neste trimestre, com potencial produtivo de 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose — o que ampliará a capacidade total da companhia para 4,4 milhões de toneladas anuais. A Suzano também fabrica 1,3 milhão de toneladas por ano de papel.
Para Marcos Assumpção e André Pinheiro, analistas do Itaú BBA, a nova instalação sanciona a ideia de que a empresa está bem posicionada para se beneficiar de um dólar mais alto — a Suzano exporta celulose para 31 países e papel para 86, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. A alta no preço dos dois insumos, na visão dos analistas, deve melhorar os resultados operacionais e servir como um catalisador positivo para as ações. Por isso, eles mantêm a recomendação de out-perform (desempenho acima do índice de mercado) para os papéis da Suzano.
Com a nova fábrica em operação, a Fitch acredita que haverá um processo gradual de desalavancagem ao longo de 2014. Reduzir as dívidas é uma das prioridades da gestão atual. Em março deste ano, a empresa anunciou que parte dos planos de investimentos, como uma nova fábrica de celulose no Piauí e mais unidades da Suzano Energia Renovável, só seria retomada quando a relação entre dívida líquida e Ebitda chegasse a 2,5 vezes. Em junho, ela estava em 5,1.
O freio nos investimentos faz parte de um conjunto de medidas que visa, ainda, aumentar o retorno e a eficiência e racionalizar gastos. Segundo os analistas Thiago Lofiego e Karel Luketic, do Bank of America Merrill Lynch, os efeitos já são visíveis. No segundo trimestre, o Ebitda da Suzano avançou 72,8%, atingindo R$ 515 milhões. As despesas gerais e administrativam caíram 6%, enquanto os custos por tonelada de celulose cederam 2,3%.
A companhia não deixou de operar no negativo, mas vem reduzindo o prejuízo. Entre abril e junho, registrou uma perda líquida de R$ 247,5 milhões, queda de 6,3% em relação a igual período de 2012. Diante desse cenário, o Bank of America Merrill Lynch manteve a recomendação de compra para o papel, estimando uma valorização potencial de 38% até o fim do ano.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas.
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