Famosa nos noticiários pelos seus constantes conflitos com Israel, a Palestina sabe que, se quiser atrair investidores, terá que melhorar a sua imagem. Mas no que depender de seus principais líderes empresariais, isso não vai demorar a acontecer. Ao longo dos últimos meses, diversos empreendedores, incluindo executivos de companhias abertas, trabalham em uma campanha nacional destinada a valorizar as potencialidades da Palestina e a mostrar como o país pode contribuir internacionalmente, inclusive com seu mercado de capitais.

Estabelecida em 1995, a Bolsa da Palestina (PEX) tem 46 companhias listadas, com capitalização de mercado de US$ 2,9 bilhões. O resultado do primeiro trimestre dessas empresas foi bastante positivo: 78% delas apresentaram lucros. “Há uma falta de conhecimento e entendimento sobre como operamos e nos comportamos”, disse ao Financial Times Samir Hulileh, executivo-chefe da holding de participações Padico, companhia aberta palestina com maior valor de mercado em bolsa. “Fora do país, as pessoas nos veem como uma comunidade primitiva e um país do terceiro mundo, cheio de bandidos e terroristas.” Segundo ele, a comunidade de negócios da Palestina irá investir US$ 1 milhão na campanha, que incluirá uma auditoria de percepção sobre o país em Israel e nos Estados Unidos. “Mas será preciso muito mais investimento”, adianta Hulileh.

A PEX teve chance de mostrar seu potencial no Dia do Mercado de Capitais Palestino, promovido pela Bolsa de Londres, no fim de junho. A Padico foi uma das empresas que integraram a delegação que participou do evento. Ao todo, foram mais de 30 reuniões com investidores internacionais e do Reino Unido. Na ocasião, a Padico anunciou que lançará um programa de global depositary receipt (GDR), tornando-se a primeira companhia palestina a ter recibos de ações negociados em bolsa estrangeira.