Minoritários elaboram proposta para levar Contax ao Nível 2

A Contax é uma companhia cheia de particularidades. Chegou à bolsa de valores em 2005 sem fazer uma oferta inicial de ações. Foi resultado da separação da área de contact center da antiga Telemar (hoje Grupo Oi) e, diferentemente da maioria das empresas, listou-se no segmento tradicional. Como seus acionistas eram os mesmos que compunham o capital da empresa-mãe, ela não precisou se preocupar em agradar os investidores — na época, companhias como Natura, Gol e ALL já haviam ingressado no Novo Mercado, consolidando a preferência por emissores que se comprometessem a adotar as melhores práticas de governança. Esta última situação, contudo, está prestes a mudar.

No dia 2 de abril, os acionistas da Contax se reuniram em assembleia para deliberar um plano de reestruturação idealizado pelos próprios minoritários — no caso, as gestoras Skopos e Credit Suisse Hedging Griffo. Elas pretendem levar a Contax ao Nível 2 e, possivelmente, ao Novo Mercado. A reestruturação será dividida em duas etapas.

Na primeira, a Contax Participações, controladora da Contax (formada por Portugal Telecom, LF Tel, Andrade Gutierrez e Fundação Atlântico de Seguridade Social ), será incorporada pela controlada para constituição de uma nova companhia. Ao trocar suas ações pelas da empresa resultante da incorporação, os controladores receberão um prêmio de 25%, diluindo os minoritários. Na visão dos investidores, essa desvantagem será compensada com o valor agregado do tag along — no Nível 2, acionistas preferencialistas têm direito a 100% do valor pago pelas ações do controlador em caso de venda — e com os ganhos decorrentes do aumento de liquidez das ações. A segunda etapa prevê a conversão das ações, sejam elas ordinárias ou preferenciais, em units compostas de quatro preferenciais e uma ordinária. “Se todos converterem, teremos uma só classe de ações, as units, e isso gerará liquidez”, explicam Pedro Cerize e José Luiz Montans, da Skopos.

A migração também promete tirar as ações da Contax do limbo. Listadas no segmento tradicional, elas não podem ser adquiridas por fundos de pensão. O veto está previsto na Resolução 3.742, editada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2009. A norma determina os limites de alocação de recursos das entidades de previdência complementar e só permite aportes em companhias que não fazem parte dos níveis diferenciados da bolsa se elas tiverem se listado até 2001.

Na proposta de reestruturação, os minoritários já embutiram a possibilidade de migração para o Novo Mercado. O controlador se comprometeu a propor a transição num prazo de cinco anos e, em contrapartida, os minoritários garantiram que não irão reivindicar nenhum prêmio adicional pela conversão de suas ações quando esse dia chegar.


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