No início de 2013, a Locamerica saiu nesta coluna porque suas ações subiam. Um ano depois, a locadora de veículos especializada em terceirização de frotas aparece de novo por aqui, mas no campo da baixa. Nos 30 dias encerrados em 7 de abril, a ação caiu 19% — no ano, acumula perda de 52,5%. “O papel apanhou bastante”, observa Felipe Silveira, analista da Coinvalores.
A razão para essa surra é consensual entre analistas e dirigentes da companhia: a guerra de preços que tomou conta do setor. As maiores empresas de locação estavam cobrando preços 15% inferiores à média de mercado. A Locamerica, entretanto, decidiu não acompanhar o movimento, que qualificou como “predador”. Em consequência, no terceiro trimestre de 2013, o valor global dos contratos fechados caiu 33% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No quarto trimestre, a receita líquida de locação da companhia totalizou R$ 81 milhões. A alta de 2,9% em relação a igual período de 2012 deve-se ao aumento de 11,2% na tarifa média, que compensou parcialmente a queda de 8% no número de contratos. As analistas do Itaú BBA Renata Faber e Thais Cascello destacam ainda, entre os fatores negativos, a alta dos custos de manutenção, devido ao envelhecimento da frota, e o rendimento bruto negativo na divisão de seminovos. Por outro lado, assinalam alguns aspectos favoráveis: o declínio nos estoques de carros prontos para venda (12,4% da frota no final de 2013) e o número de contratos assinados durante o quarto trimestre, no valor recorde de R$ 111 milhões.
Esse aumento pode indicar que o pior já passou, na visão de Nataniel Cezimbra e Gabriela Cortez, analistas do BB Investimentos. Segundo eles, a estratégia de não entrar na guerra de preços e priorizar a rentabilidade sugere que “os efeitos negativos do acirramento de concorrência sejam mitigados”. A casa manteve a previsão de outperform (cotação acima do índice de mercado) para a Locamerica, embora tenha ajustado o preço-alvo para R$ 5 em dezembro deste ano, contra R$ 13,50 na perspectiva anterior.
Menos otimista está a Coinvalores. “Imaginamos que 2014 ainda será um ano difícil”, diz Felipe Silveira, analista da corretora. O preço-alvo, todavia, é parecido: R$ 4,80, “com algum aumento, já que o valor da ação está bastante descontado”. Já o Itaú BBA fixou o preço-alvo em R$ 8, mas com postura conservadora, “por causa da renda bruta negativa de seminovos e do aumento da provisão de inadimplência”.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas.
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