A Abril Educação vivenciou mudanças importantes em 2014. Em junho, a gestora Tarpon comprou 19,91% da fatia pertencente à família Civita, que agora detém 20,7%. E, em agosto, o fundo soberano de Cingapura (GIC) adquiriu as ações do fundo BR Educacional, do economista Paulo Guedes, e de Flávio Augusto da Silva, fundador da Wise Up — os dois acionistas detinham, juntos, 18,5% do capital. As mudanças não param por aí. Em outubro, a empresa encerrou o processo de migração para o Novo Mercado.
O plano de voo daqui em diante prevê que a divisão de colégios próprios se torne responsável pela maior fatia da receita em cinco anos. Hoje, a Abril Educação detém as escolas Sigma (Brasília), Motivo (Recife), pH (Rio de Janeiro) e Anglo (São Paulo), que partilham alto índice de aprovação dos alunos nas principais universidades. Além disso, ela pode comprar novas unidades de ensino, especialmente na região Sul.
O caminho da transformação começou em 2011, quando a companhia abriu o capital. Desde lá, tem sido bem-sucedida em diversificar os negócios, na opinião dos analistas Felipe Cruz, Thiago Macruz e Rachel Rodrigues, do Itaú BBA. Tanto que conseguiu reduzir a exposição do Ebitda para o segmento editorial de 100%, em 2010, para algo próximo de 44% neste ano.
Hoje, a empresa tem foco na educação básica e pré-universitária, com marcas reconhecidas. As fontes de receita são diversificadas e complementares: editoras, escolas e sistemas de ensino básico e técnico, cursos preparatórios para concursos, instituições de ensino a distância e de idiomas. Agora, acreditam os analistas do Itaú BBA, o desafio é consolidar os negócios e alavancar os pontos fortes individuais para acelerar o crescimento, criando sinergias. Seguindo esse trilho, eles acreditam que o processo de desalavancagem — transição da relação entre dívida líquida e Ebitda de 2,5, ao fim do ano, para cerca de 1,3 em 2016 — vai aumentar o lucro em dois dígitos no próximo biênio.
Não é, contudo, um caminho sem solavancos. Ao contrário: no terceiro trimestre, a Abril Educação registrou prejuízo de R$ 18,7 milhões. Embora as receitas tenham crescido 18% no último ano, as despesas financeiras subiram mais (36%, atingindo R$ 38,1 milhões). O grupo provisionou R$ 27,9 milhões para a reestruturação, dos quais gastou R$ 18,2 milhões.
O segmento que menos cresceu foi o de idiomas, com alta de 2% nas receitas. Nada de novo para os analistas Marcelo Santos e Andre Baggio, do J.P. Morgan, que preveem um segundo semestre difícil, dada a fraqueza econômica. Eles esperam que as sinergias provenientes das diversas unidades de negócios demorem um tempo para se materializar.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas nos últimos seis meses.
Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.
Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.
User Login!
Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.
Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais
Ja é assinante? Clique aqui