Para um gestor de fundos de hedge nos Estados Unidos, ser ativista é um passaporte para a fama. As empresas americanas estão, mais que nunca, na mira de gestores que discordam dos administradores e dizem poder criar valor para a companhia com suas ideias de mudança. Mas será que eles conseguem?

Com as campanhas ativistas, nunca houve tantos dados para mensurar os efeitos desse tipo de sócio na companhia, pelo menos no que diz respeito ao preço das ações no curto prazo. O site BuzzFeed listou algumas empresas que passaram por barulhentas intervenções de ativistas, como a casa de leilões Sotheby’s e as redes de vestuário Abercrombie & Fitch e Men’s Wearhouse, e mediu o desempenho dos papéis após o movimento dos investidores.

Em alguns casos, as ações deram um salto. A fabricante de botox Allergan foi, em abril último, alvo da Pershing Square de Bill Ackman, que, com uma fatia de 10% do capital, pressionou para que ela se fundisse com a farmacêutica Valean. Embora esse negócio não tenha se concretizado, a companhia divulgou em novembro ter sido comprada por outra empresa do setor, a Actavis. O valor do papel subiu de US$ 120, logo antes do anúncio da Pershing Square, para US$ 209 hoje.

Já outros não foram tão bem-sucedidos assim — ao menos por enquanto. A gestora Engaged Capital conseguiu quatro cadeiras no conselho da Abercrombie & Fitch em abril desse ano, e está promovendo uma mudança profunda na gestão. O presidente da companhia, por exemplo, saiu depois de 22 anos no cargo. As ações sofreram um sobe e desce. O resultado é, até agora, negativo: de US$ 45, caíram para US$ 27.