Maio é um mês a ser esquecido pela Hering. A ação despencou 25% no mês, maior recuo entre as listadas no Ibovespa. Sofreu uma rodada de revisões para baixo do preços-alvo, por uma série de bancos e corretoras.
Em 8 de maio, a empresa têxtil catarinense anunciou lucro líquido de R$ 41,5 milhões no primeiro trimestre, uma diminuição de 35,7% na comparação anual. A receita bruta encolheu 12%, para R$ 406 milhões, influenciada pela retração das vendas em franquias e lojas multimarcas, pela deterioração do cenário macroeconômico e pelo temor do desemprego. No mesmo dia, o papel da Hering caiu 20% e fechou no menor nível desde julho de 2010. “Com resultados sombrios, a empresa está cavando um pequeno buraco”, escreveram os analistas Guilherme Assis e Fernanda Oliveira, do Brasil Plural. Em sua opinião, a têxtil não está bem posicionada no mercado e experimentará dias ainda piores, com a desaceleração da economia nos próximos trimestres.
Para Thiago Macruz, da Itaú Corretora, o trimestre foi “notavelmente fraco”. O pobre desempenho das vendas não conseguiu diluir o custo fixo das instalações industriais; isso, somado à inflação dos gastos com a mão de obra, derrubou a rentabilidade. O Ebitda e o lucro bruto despencaram, respectivamente, 50% e 26,7% em 12 meses. O primeiro número fechou em R$ 47,1 milhões, “metade do que esperávamos para o trimestre”, lamenta o analista. “Há evidências de que os desafios da Hering ainda não foram superados, o que provavelmente vai deflagrar revisões para baixo nos resultados”, observa Macruz.
O mau humor do mercado tem dois anos. No início de 2013, a companhia anunciou ter subestimado o aquecimento da demanda do último trimestre de 2012, o que a levou a trabalhar com estoques reduzidos. No ano passado, a Copa do Mundo derrubou o movimento em suas lojas e, consequentemente, a receita. A direção da Hering reconhece o mau momento, considerado um ponto incomum em sua trajetória. “Entre 2008 e 2012, a empresa quadruplicou o tamanho e os resultados. Nos últimos anos, contudo, enfrentamos dificuldades para atingir as metas e manter a expansão”, afirma o diretor-presidente, Fabio Hering.
Ele atribui a “queda severa” de receita e margens ao cenário crítico. Nos próximos dois trimestres, acredita, o cenário macroeconômico se manterá negativo, mas não na proporção de janeiro a março. “Estamos trabalhando para melhorar a gestão das franquias, de estoques e de planejamento de compras”, conta.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas nos últimos seis meses.
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