Dentro e fora da BM&FBovespa, o setor imobiliário passa por dificuldades em 2014. Enquanto as vendas de imóveis novos recuaram 41% no primeiro semestre em São Paulo, a ação da BR Brokers acumulou queda de 38,3% até o dia 5 de agosto. O lucro do grupo de imobiliárias também caiu: no primeiro trimestre, acumulou R$ 1,1 milhão, montante 89,6% inferior ao de um ano antes. Para completar a má fase, a companhia vem perdendo participação de mercado ao longo dos últimos três anos.
“Os juros estão mais altos, a inflação subiu, e o crescimento da economia será mais baixo. Não é uma hora boa para comprar imóvel”, resume Renato Maruichi, analista do Banco Fator. O pior é que, segundo sua colega Nina Bergstein, a situação só deve melhorar em 2016. Até lá, a tendência é as construtoras reduzirem os lançamentos e os consumidores adiarem as compras. Não por acaso, o Fator rebaixou a recomendação para o papel da BR Brokers: de compra para um status de revisão, em março, e daí para venda, em junho.
A empresa reagiu. Desde o início do segundo trimestre, o BTG Pactual e a gestora de recursos Squadra assumiram o comando do conselho de administração e mudaram a direção, com o compromisso de aumentar o controle de custos e processos. Apesar disso, o aspecto macro é considerado pelos analistas o mais decisivo. Na visão dos profissionais do Citi, a disciplina e a iniciativa da nova gerência não serão suficientes para compensar a desaceleração de vendas esperada.
Embora o tempo seja curto para analisar os resultados da troca de comando, Nina a princípio considera a mudança positiva. A existência de uma liderança claramente constituída, com foco em ajustes, colocaria um ponto final na falta de alinhamento entre as corretoras. A tarefa de cortar custos, no entanto, não é simples. A operação é necessariamente alavancada, porque demanda uma estrutura fixa para prestar os serviços de venda, de oferta das melhores oportunidades de compra e de apoio jurídico.
No cenário mais otimista desenhado pelo Banco Fator, mesmo diante de uma conjuntura ruim a BR Brokers consegue manter sua participação de mercado, cortando custos em 6%. No pessimista, reduz os gastos em 3,5% e continua perdendo espaço, o que dificulta a recuperação. Entre a perspectiva favorável e a adversa, o preço-alvo por ação varia de R$ 4,80 a R$ 2,20. O segredo do sucesso, porém, não está só em enxugar despesas, mas em construir uma empresa capaz de entregar serviços superiores aos da concorrência com custos menores.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economatica com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas nos últimos seis meses.
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