A crise financeira internacional não demorou a respingar sobre as captações de empresas brasileiras. Sem o capital das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), a opção natural seriam as emissões de dívida, mas o setor produtivo tem agora dificuldade para oferecer os prêmios exigidos pelo mercado. Em setembro, a Localiza Rent a Car adiou uma emissão de debêntures de R$ 300 milhões. A Sabesp possui uma oferta em análise na CVM, na qual cogita pagar até 120% do CDI aos investidores.
“Uma saída mais barata é colocar garantias na capitalização”, aconselha Marcelo Xandó, sócio-diretor da Verax Serviços Financeiros. Para isso, ele recomenda os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), veículos lastreados em recebíveis. Segundo ele, a desconfiança sobre os créditos que alimentaram as securitizações nos Estados Unidos não impactou esse produto no Brasil. Ao contrário, Xandó espera que a crise atraia um novo perfil de cliente para os FIDCs. “São empresas com cerca de R$ 100 milhões de faturamento anual, recebíveis de qualidade e dificuldade de se financiarem via bancos.” Mas esse movimento não é tão rápido. Muitas empresas nessas condições ainda não possuem rating, uma exigência do regulador para emitir FIDCs.
Xandó descarta a possibilidade de a redução nas concessões de crédito a pessoa física afetar o mercado de FIDCs no curto prazo. Emprego e renda passaram incólumes pela crise até agora, ressalta o gestor. Ele também não observa uma fuga de investidores institucionais por medo da qualidade do crédito. “O movimento é contrário. Vejo institucionais tirando recursos da renda variável e aportando nos produtos de renda fixa, que oferecem retorno mais elevado.” Atualmente, 15 ofertas de FIDCs — com volume total de R$ 1,3 bilhão — aguardam registro na CVM.
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