À caça de oportunidades
Em parceria com a Jardim Botânico Investimentos, Elba estuda aquisições

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No fim de janeiro, dois novos guindastes de sete toneladas cada, importados da Alemanha por R$ 700 mil, deverão entrar em testes operacionais guiados por funcionários da Elba, prestadora de serviços de logística interna para a indústria pesada. Substituirão dois equipamentos antigos, com cinco toneladas cada, que não são mais fabricados. Se os testes forem bem-sucedidos, a Elba poderá trocar todos os seus 35 guindastes atuais por 20 do novo modelo. A iniciativa mostra a preocupação da empresa em achar soluções tecnológicas que gerem maior eficiência para seu negócio — preocupação essa bastante apreciada pela Jardim Botânico Investimentos (JBI). Em março de 2010, seu fundo JBVC I adquiriu, por valor não revelado, 26% do capital da empresa mineira, fundada em 1960.

O controle da Elba permanece nas mãos dos dois netos do fundador, que há mais de 20 anos são responsáveis pela gestão operacional da Elba. Nesse período, a empresa cresceu a uma taxa média anual de 17%. Atualmente, a Elba trabalha para aprimorar processos e acelerar o crescimento orgânico. Também se mantém atenta a novas aquisições — afinal, caixa para isso não falta. Com um faturamento de cerca de R$ 95 milhões em 2011, sua expectativa é atingir, em 2012, R$ 120 milhões. Os resultados são bem superiores aos de 2008, quando a receita alcançou R$ 45 milhões. “Em três ou quatro anos, queremos ter um faturamento de R$ 280 milhões a R$ 300 milhões”, projeta Flávio Moraes Barbosa, acionista e diretor administrativo financeiro da Elba. A companhia tinha 900 funcionários em 2008. Em março, graças a um contrato robusto com a siderúrgica Arcelor Mittal, chegará a 1.500 colaboradores.

Quando o faturamento chegar a R$ 300 milhões, Barbosa quer abrir o capital da Elba. A venda das ações em Bolsa é um desejo antigo. “Em 2008, pensamos na abertura de capital, mas vimos que só seria possível se aumentássemos o tamanho da empresa e, para tanto, era essencial ter o aporte de um sócio estratégico”, conta o diretor. Foi nesse momento que, com a ajuda da boutique de investimentos mineira Araújo Fontes, a Elba começou a estudar propostas de fundos de private equity, dentre elas, a da Jardim Botânico. Um dos atrativos foi a gestora já ter participação em uma empresa que aluga material rodante para ferrovias. “Eventualmente, essa empresa pode trazer sinergias para os negócios da Elba”, diz Eduardo Faria, gestor da Jardim Botânico.

Ele ressalta que o desinvestimento é uma ocasião distante, mas que há várias opções sobre a mesa. “A empresa ainda tem muitas oportunidades de investimento, mas a saída pode ser via IPO”, afirma. Na visão de Faria, é preciso ter lucros (antes de juros, impostos, depreciação e amortização — o Ebitda) de R$ 100 milhões anuais para considerar a abertura de capital — um patamar possível de a Elba conquistar caso mantenha o ritmo de expansão orgânica e faça novas aquisições. “Quando fizemos o investimento, achávamos essa opção menos provável, mas hoje, não”, admite. Outra porta de saída para o fundo da JBI é a venda da participação para uma companhia do setor de logística. O segmento começou a ter presença na bolsa de valores em 2008 e ainda é fragmentado, o que abre espaço para uma proposta de aquisição nos próximos anos, analisa Faria.

Enquanto esse momento não chega, a Elba é que vai às compras. Em outubro, arrematou, por meio de uma operação de troca de ações, a Construservice, empresa que atua na locação de equipamentos como gruas para a construção pesada e de habitação. Com a transação, ingressou em um novo segmento e diversificou sua atuação. Hoje, 7% da receita provém da mineração e 93% da indústria siderúrgica.

A aquisição da Construservice também deu mais flexibilidade à Elba. Acostumada a trabalhar com contratos de médio e longo prazos, com duração de 24 a 60 meses em média, ela poderá agora ter um pé no mercado spot de locação de equipamentos pesados. Isso significa poder alugar máquinas por meio de contratos de curto prazo, suprindo necessidades de última hora de clientes, num momento em que a demanda por grandes obras no Brasil é alta devido à Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. “Isso amplia o portfólio”, destaca Faria.

A companhia estuda, atualmente, outras três oportunidades de aquisições. “Nosso plano estratégico é aumentar a fatia de mineração e conquistar contratos nas áreas de óleo e gás e construção, com cada setor crescendo 7% ao ano”, diz Barbosa. Na área de óleo e gás, mais de 20 plataformas serão construídas nos próximos anos no Brasil, e a Petrobras planeja abrir quatro refinarias no País, aumentando a demanda por logística interna de movimentação de equipamentos pesados e almoxarifado. O cenário, segundo Faria, abre oportunidades para a Elba pôr um pé nesse segmento promissor em que ainda não está presente.

Para acompanhar o crescimento previsto, a gestão precisou ser aprimorada. A Elba está prestes a implementar, pela primeira vez, um plano de stock options para seus gerentes, que serão premiados com ações da companhia pelo bom desempenho de vendas. Alguns departamentos passaram por mudanças, como é o caso do comercial e da controladoria. “Os mecanismos de controle foram aprimorados para apoiar a expansão futura da empresa”, conta Faria. Desde 2010, as contas da Elba são auditadas pela Ernst & Young.

A Elba montou um conselho de administração que se reúne mensalmente e conta com seis representantes: três da família Barbosa, um da Jardim Botânico, um da Construservice, e um independente. Foram também criados comitês de remuneração e de novos negócios. “Com essa nova estrutura, podemos ter outras opiniões, estudar melhor como crescer organicamente e por aquisições e diversificar nossa receita’, ressalta Barbosa.


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