O anúncio feito pela Qualicorp de que vai pagar 150 milhões de reais ao seu sócio e fundador, José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, para que não venda sua participação na empresa e não crie negócios que concorram com a Qualicorp fez as ações da companhia desabarem cerca de 30% na segunda-feira, dia 1º de outubro. O acordo foi aprovado por unanimidade por seis dos sete conselheiros de administração da empresa — Seripieri, que é um dos integrantes do board, se absteve de votar, por ser parte interessada no acordo.
A decisão da companhia de pagar a seu fundador essa polpuda quantia ocorre num momento em que a Qualicorp apresenta fracos resultados, por causa do alto nível de desemprego e da dificuldade de reajustar os preços dos seus planos de saúde. E não há perspectivas de melhora no curto prazo — em relatório recente, analistas do BTG reduziram suas estimativas de lucro para a companhia em 14% e 15%, respectivamente, nos anos de 2019 e 2020. Além disso, afirmaram que a aprovação do acordo deixou a visibilidade sobre a governança da empresa “embaçada”.
A Qualicorp, em comunicado, afirmou que o valor do acordo é “adequado”, dentro dos parâmetros do mercado. Também esclareceu que o contrato não pode ser rescindido antes do sexto ano de vigência, a não ser em caso de tomada hostil de controle ou da destituição da maioria do conselho antes do fim do respectivo mandato. Nessas situações, Seripieri teria que reembolsar o valor da indenização, na proporção do prazo ainda não cumprido. O acordo indignou diversos investidores. A XP, por exemplo, já solicitou a revogação do acordo e solicitou que o assunto seja submetido à assembleia de acionistas.
1.10
– Embraer apresenta esclarecimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por não ter comunicado, por meio de fato relevante, acordo firmado com a Procuradoria Geral da República Dominicana (PGRD). A fabricante de aeronaves brasileira aceitou pagar 7,04 milhões de dólares para encerrar alegações de violação das leis do país em transação para venda de aeronaves para a Força Aérea dominicana, incluindo pagamento de propinas. A Embraer não considerou os valores financeiramente relevantes para comunicar a multa à CVM.
3.10
– EDP vence concorrência para construir usina solar para o Banco do Brasil em Januária (MG). O contrato de 45 milhões de reais é válido por 15 anos. Com capacidade de geração de 11 gigawatts-hora (GWh) por ano, a energia que será produzida pela usina vai atender 58 agências do Banco do Brasil no estado. Isso gerará à instituição uma economia de 58% na conta de energia dessas unidades ao longo dos 15 anos contratuais, o que deve representar redução de cerca de 82 milhões de reais nas despesas do banco nesse período.
– CPFL Energia lança CPFL Soluções, empresa que reunirá a totalidade de atividades não reguladas de serviços e soluções da CPFL, como comercialização, eficiência energética, inovação e geração distribuída. A empresa já nasce com uma série de contratos firmados, além de 2 mil funcionários.
– Grupo Pão de Açúcar informa que o grupo varejista francês Casino, controlador da companhia, não contratou instituições financeiras para prospectar possíveis interessados em adquirir suas operações. O comunicado foi divulgado após notícia publicada pelo jornal Valor Econômico indicar a possibilidade de a venda estar em estudo.
– Petrobras se posiciona contra minuta colocada em consulta pública pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que obriga as empresas a divulgarem suas fórmulas de precificação de combustíveis. O objetivo da minuta é dar mais transparência para o setor. Segundo a Petrobras, as regras propostas gerariam “elevada insegurança jurídica, redução da atratividade dos negócios do setor e desestimulo à concorrência”. Também ressaltou que “o exercício da livre iniciativa só será efetivo se o agente econômico puder preservar os seus segredos empresariais (que compreendem os livros de escrituração comercial, as correspondências, a carteira de clientes, as tabelas e as fórmulas de preços, entre outros)”. A nova resolução deve ser publicada em dois meses, segundo a ANP.
4.10
– Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaura processo para apurar supostas práticas anticompetitivas cometidas por Raízen, Air BP, BR Distribuidora e GRU Airport. Em 2014, a Gran Petro entrou com representação na autarquia, alegando que essas empresas estariam impedindo sua entrada no aeroporto de Guarulhos para fornecer querosene de aviação. As distribuidoras haviam assinado acordo com a GRU Airport, estabelecendo que a entrada de outra empresa de combustíveis dependeria de aprovação do trio. Segundo o Cade, a medida foi investigada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que concluiu que ela infringia contrato de concessão da administradora com a União.
– Elon Musk, CEO da Tesla, publica críticas e provocações à Securities and Exchange Commission (SEC) em seu Twitter, uma semana após o regulador do mercado de capitais americano abrir ação na Justiça contra ele por causa de tuíte em que afirmava que fecharia o capital da Tesla. De acordo com o executivo, com sua ação, a “Shortseller Enrichment Commission” (SEC) está contribuindo para enriquecer os short sellers, investidores que apostam na desvalorização dos papéis da companhia.
05.10
– Kraft Heinz anuncia criação de fundo de investimento de risco dedicado a aportar recursos em novas empresas desenvolvedoras de tecnologia para indústria de alimentos. De acordo com a companhia, serão destinados até 100 milhões de dólares para a empreitada.
– Banco Central (BC) decreta liquidação extrajudicial da corretora de investimentos Walpires, devido a “grave situação patrimonial e de liquidez, violações às normas legais que disciplinam a atividade da instituição, bem como a existência de prejuízos que sujeitam a risco anormal os seus credores”. Com a liquidação, tornaram-se indisponíveis os bens do controlador da corretora, Sérgio Ferreira Pires, e dos ex-administradores Andre Luiz Silva e Rafael Barbosa Moreira.
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