A crise humanitária e econômica provocada pela pandemia de covid-19 criou um nicho inusitado na categoria de títulos sociais: o de “coronavirus bonds”.
Foram levantados por meio desses papéis 151,5 bilhões de dólares entre fevereiro e maio de 2020, recursos destinados a ações de mitigação dos impactos econômicos e sociais da pandemia. O dado é de levantamento do banco BNP Paribas divulgado pelo The Wall Street Journal.
O cenário favorece o fortalecimento do pilar social do tripé ESG, sigla em inglês para aspectos ambientais, sociais e de governança. Antes do estouro da disseminação do novo coronavírus, a ponta ambiental vinha se destacando entre as modalidades de investimento.
Na atual circunstância, os social bonds têm crescido mais que os green bonds. Segundo dados compilados pela International Capital Market Association (ICMA) e divulgados pelo S&P Global, o volume captado por meio de social bonds cresceu 85% entre o início de 2020 e o dia 15 de maio ante igual período do ano passado.
Já as emissões de green bonds recuaram 46% entre janeiro e maio na comparação com os cinco primeiros meses de 2019.
Bancos como propulsores
O crescimento dos social bonds é corroborado por estudos da Morning Star. Em relatório, a consultoria indicou que a emissão de títulos sociais deve ser uma tendência cada vez mais forte em 2020 entre instituições supranacionais, bancos de desenvolvimento, governos e bancos privados.
De fato, o primeiro impulso para os coronavirus bonds veio da área institucional, em iniciativa da International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial. Em março, a organização emitiu um título social no valor de 1 bilhão de dólares para apoiar o setor privado e a preservação de empregos em países em desenvolvimento afetados pela pandemia de covid-19.
Também em março, o African Development Bank (AfDB) lançou um coronavirus bond de 3 bilhões de dólares, a maior transação dentro da modalidade de social bonds feita em moeda americana no mundo, de acordo com o Institute of Internacional Finance (IIF).
Entre os investidores privados, o espanhol BBVA foi o primeiro a lançar coronavirus bonds na Europa, com a emissão de 1 bilhão de euros no final de maio. Já nos Estados Unidos, a instituição pioneira foi o Bank of America, com uma operação de 1 bilhão de dólares também em maio.
Leia também
Racismo entra na pauta de CEOs e instituições financeiras
Como os mercados podem contribuir com a luta contra o racismo
Novo estímulo para os green bonds brasileiros
Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.
Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.
User Login!
Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.
Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais
Ja é assinante? Clique aqui