Para proteger suas operações e seus funcionários durante a pandemia do novo coronavírus, muitas empresas aderiram forçosamente ao home office — principalmente a partir de março, quando a covid-19 se instalou com maior força no País. O início foi conturbado, mas agora o trabalho remoto parece ter conquistado seu lugar. Pesquisa feita em três etapas pela consultoria KPMG e divulgada em evento do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) mostrou que 84% das companhias abertas brasileiras pretendem rever suas políticas de trabalho remoto, seja para instaurar novas diretrizes (49%) ou para aprimorar as já existentes (34%).
Esses números são relativos à terceira fase do estudo do ACI Institute da KPMG, para o qual foram ouvidos 130 membros de conselhos de administração, conselhos fiscais e comitês de auditoria entre 19 e 26 de maio. Nesse período, a porcentagem de companhias que desejavam estabelecer uma política de home office cresceu 8,8% em relação à segunda fase da pesquisa, conduzida entre 29 de abril e 6 de maio. Já o percentual de empresas que pretendem aprimorar as diretrizes já implementadas cresceu 2% na mesma base de comparação.
Para Cátia Tokoro, membro da comissão de inovação do IBGC, o trabalho remoto faz parte de uma série de medidas relacionadas ao conceito de inovação que ganharam prioridade e foram aceleradas durante a pandemia. “O home office e a videoconferência são recursos que já estavam à disposição das empresas, mas eram usados com uma frequência muito menor. Com o isolamento compulsório, quem tinha preconceito com essas ferramentas teve que se adaptar”, afirma.
Vice-presidente do conselho de administração do IBGC, Ieda Novais observa ainda que as reuniões virtuais deram maior objetividade às discussões desses colegiados nas empresas. “Houve um período de adaptação à tecnologia, principalmente por causa da senioridade de grande parte dos conselheiros. Passada essa fase de aprendizado, percebemos hoje mais pontualidade e produtividade nas reuniões”, diz. Novais afirma que os benefícios serão suficientes para que o formato continue no pós-crise, principalmente se aplicado de forma híbrida, ao lado do encontro presencial.
A digitalização chegou inclusive às assembleias de acionistas, que desde 1976 eram feitas presencialmente por força da Lei das S.As. Diante das circunstâncias extremas impostas pela pandemia, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a permitir, por meio da Instrução 622/20, encontros 100% remotos. Segundo levantamento da B3, ao menos 37 empresas listadas já optaram pelo novo formato e fizeram assembleias integral ou parcialmente virtuais.
A adoção maciça do home office e das conferências virtuais, no entanto, gera desafios relacionados à segurança e à proteção das informações acessadas remotamente. “A cibersegurança é um assunto que tomou uma proporção maior com a escalada do processo de digitalização. Esse é um ponto a que as companhias devem estar cada vez mais atentas daqui para frente”, ressalta Tokoro.
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