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“O movimento de reformas continuará”
Por que Mark Mobius e outros gestores de recursos permanecem otimistas com o Brasil
Ilustração: Rodrigo Auada

Ilustração: Rodrigo Auada

Presidente-executivo do Templeton Emerging Markets Group, Mark Mobius concedeu uma entrevista à CAPITAL ABERTO em julho de 2016 — um mês antes da saída definitiva de Dilma Rousseff da presidência da República —, na qual se dizia otimista com o Brasil. “O mercado brasileiro já teve uma recuperação e, por isso, pode cair novamente, mas a tendência de mais longo prazo é ascendente. Por longo prazo entendo os próximos três anos”, afirmou Mobius à época. Dez meses depois — e com uma crise política no Palácio do Planalto detonada pela delação premiada do empresário Joesley Batista —, o gestor mantém sua visão positiva, principalmente porque as reformas necessárias ao avanço do País “já têm força própria”.

“Não esperamos uma paralisação nesse processo. É claro que a capacidade de Michel Temer para influenciar o Congresso é importante, mas mesmo sem ele acreditamos que o movimento de reformas continuará”, afirma Mobius. Os últimos acontecimentos, enfatiza, evidenciam a importância de uma visão de longo prazo quando se investe em mercados emergentes. “O mercado acionário brasileiro continua cheio de oportunidades, e choques como o atual podem ajudar a ‘destravar’ o valor das ações”, observa Mobius. No blog da Templeton, ele comentou que “atualmente vê oportunidades em quase todos os setores, simplesmente porque o mercado está deprimido em todas as direções”. Nesse contexto, afirma, os segmentos que mais interessam à gestora são o bancário e varejista.

Gestor de fundos e sócio-fundador da Trópico Investments, Fernando Camargo Luiz também está confiante na continuidade das reformas. Na avaliação dele, o pânico de 18 de maio (a bolsa recuou 8,8% e o dólar subiu 8% naquele dia) foi decorrente de falta de informação. Tanto que, nos dias seguintes ao caos, a situação se acomodou, com o real em alta e o Ibovespa em movimento de correção de exageros. Após recuar para 61.597 pontos em 18 de maio, o Ibovespa fechou a sexta-feira 26 em 64.085 pontos, o que representa uma alta de 4,04%. Já o dólar, que havia alcançado 3,389 reais no auge da crise, recuou para 3,256 reais em 26 de maio, queda de cerca de 4%.

O fato de o País já ter ingressado em uma curva de recuperação econômica também ameniza o impacto. A queda da inflação e dos juros puxa o consumo, que deverá ser fortalecido a partir do segundo semestre, conforme expectativa de economistas. Além disso, na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, divulgou uma boa notícia. De acordo com ele, o poder de compra da população aumentou 3% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre do ano passado. “A conjuntura atual exige certa cautela, mas continuamos animados com Brasil. A nossa meta de alocar cerca de 700 milhões de dólares nos próximos três ou quatro anos em empresas no Brasil permanece firme”, ressalta Piero Minardi, sócio-diretor da Warburg Pincus no Brasil.

Na avaliação de Renato Abissamra, sócio da Spectra Investimentos, o movimento de revitalização da economia não se encerra com eventual saída de Temer. Para ele, em uma eleição indireta, um grupo muito alinhado ao atual governo tende a vencer a disputa. “Tudo o que foi feito gerou uma inércia positiva”, diz.

A confiança dos investidores explica por que, apesar da hecatombe provocada pela delação dos irmãos Batista, as empresas não desistiram de suas captações. No dia 24, o Carrefour arquivou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) prospecto preliminar da oferta inicial de ações de sua subsidiária Atacadão — a emissão pode movimentar, no início do segundo semestre deste ano, cerca de 8 bilhões de reais. “Será importante para o mercado um IPO desse tamanho”, destaca Minardi. Outra notícia positiva foi a conclusão, no dia 23, da oferta subsequente de ações da BR Malls, que arrecadou aproximadamente 1,7 bilhão de reais. Diante da resiliência das companhias, a expectativa do mercado continua sendo de que as ofertas de ações movimentarão algo entre 25 bilhões e 30 bilhões de reais em 2017.


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