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Mais analistas recomendam compra para as ações da Petrobras
Ilustração: Rodrigo Auada

Ilustração: Rodrigo Auada

Uma combinação de fatores positivos tem melhorado a perspectiva de analistas em relação à Petrobras e, consequentemente, abre boas possibilidades para os papéis da empresa na bolsa. Golpeadas por uma sequência aparentemente interminável de más notícias vindas principalmente da Operação Lava Jato e da recessão desde 2014, as ações passaram a conviver, a partir de 2016, com um cenário mais favorável. Há um ano, entre 15 analistas de mercado que acompanham a ação preferencial da petroleira apenas um recomendava a compra do papel, número que chegou a sete em março de 2017, segundo levantamento da empresa de tecnologia e informação Thomson Reuters. O retrato dos pessimistas e dos analistas do grupo do meio-termo também não é ruim. No fim do primeiro trimestre deste ano trabalhavam com a recomendação de venda dois analistas (antes eram cinco) e aconselhavam a manutenção do papel em carteira seis em vez de oito. Em média, a projeção para o preço-alvo da ação passou de R$ 7,92 para R$ 16,16 no período abarcado pelo levantamento, o equivalente a uma valorização de 11% sobre a cotação de 5 de abril, de R$ 14,57.

A melhora decorre da perspectiva de acomodação da situação político-econômica do País e de uma verdadeira faxina interna feita pela atual gestão da companhia, marcada por adoção de novo plano de negócios (com corte de investimentos), redução de custos, venda de ativos e estabelecimento de uma política de preços. Igualmente contribui o fato de as ações estarem com preços relativamente atrativos — de janeiro de 2017 até meados de março, enquanto os papéis PN da Petrobras caíam 2%, o Ibovespa subia 7%. Para os analistas do J.P.Morgan Rodolfo Angele e Felipe dos Santos, os preços estão na contramão do fluxo positivo de notícias relacionadas aos negócios da companhia e, por isso, eles recentemente melhoraram a recomendação para os ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) de neutro para o equivalente a compra (overweight).

É baseada nas mudanças políticas e econômicas esperadas para 2017 — cujos resultados tendem a agradar os investidores de longo prazo — que a equipe de análise do banco suíço UBS acredita ser este um bom momento para compra de ações da Petrobras. “O governo atual parece estar focado em melhorar a regulamentação da indústria e em evitar interferir na tomada de decisões da Petrobras, o que é benéfico para ambas as partes”, avaliam, em relatório, os analistas Luiz Carvalho e Julia Ozenda.

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Além da virada das apostas dos analistas, um sinal claro de que o mercado tem recebido bem os esforços da gestão de Pedro Parente veio da emissão de US$ 4 bilhões em bônus no exterior fechada em janeiro — e com forte demanda, o que permitiu a redução do prêmio de risco pago aos investidores. O título com vencimento em dez anos saiu com taxa de retorno de 7,37%, menor que os 7,75% inicialmente estimados. O balanço do quarto trimestre ratificou a avaliação do mercado de que a companhia está trilhando o caminho certo. Ao anunciar um de seus melhores resultados operacionais dos últimos anos, a empresa marcou o sétimo trimestre consecutivo de fluxo de caixa livre positivo. Essa linha somou R$ 41,5 bilhões em 2016 — 2,6 vezes maior que o de 2015. Já o lucro líquido no período foi de R$ 2,5 bilhões, ante prejuízo de R$ 14,8 bilhões em 2015, o terceiro resultado anual negativo.

Embora de fato existam fatores positivos, a cautela continua fazendo parte das contas do mercado. Os analistas monitoram de perto riscos como a eventual queda dos preços do petróleo no mercado internacional, as dificuldades de execução do novo plano de negócios e o desenrolar de ações judiciais. Outro ponto de atenção é a viabilidade e longevidade de reformas consideradas essenciais para o ambiente de negócios no País, uma vez que a situação macroeconômica brasileira tem influência direta sobre o rating da Petrobras. Pela classificação da Fitch, a companhia tem nota BB (igual à do risco soberano e dois degraus abaixo da classificação de grau de investimento), com perspectiva negativa — o que significa que um novo rebaixamento pode ocorrer no futuro. “O rating da Petrobras reflete o estreito vínculo que tem com o risco soberano, decorrente do controle que o governo tem sobre a empresa”, observa o diretor sênior da Fitch, Lucas Aristizabal.


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