Luis Stuhlberger alerta para os perigos da briga de Trump com a China
Ilustração: Rodrigo Auada

Ilustração: Rodrigo Auada

Os efeitos das políticas de Donald Trump, novo presidente dos Estados Unidos, podem ser mais amplos do que se imagina. A avaliação é de Luis Stuhlberger, presidente da Verde Asset Management, que tem R$ 31 bilhões de ativos sob gestão. Segundo ele, a chegada do empresário à Casa Branca acelerará uma guerra comercial: “E a vítima está longe de ser só a China: será toda a Ásia, e o mercado não está levando isso em consideração”, afirmou o gestor durante o Latin America Investment Conference, evento promovido pelo Credit Suisse entre 31 de janeiro e 1º de fevereiro em São Paulo.

Na opinião de Stuhlberger, a equipe de governo escolhida pelo novo presidente americano dá pistas sobre a artilharia que está por vir. “Essas pessoas detestam chineses muito mais do que mexicanos”, observa. Um dos alvos do comentário é o economista Peter Navarro, nomeado para a chefia de um novo gabinete da Casa Branca responsável pela supervisão do comércio e da política industrial. Navarro é um tradicional crítico da economia chinesa. Ele é diretor do documentário Death by China, que atribui ao país asiático a destruição da economia dos EUA (o trailer do filme, baseado em um livro também de autoria de Navarro, foi apresentado durante a conferência).

O problema é que medidas contra a China podem ter repercussão por toda a Ásia. Isso fica evidente, observa Stuhlberger, quando se analisa o processo de fabricação do iPhone. Formam a essência da cadeia de produção do smartphone da Apple indústrias de Taiwan, do Japão e da Coreia do Sul. “Existe uma cadeia integrada asiática; a China apenas monta o aparelho. Se Trump toma medidas contra a China, afeta a todos. E o iPhone é apenas um exemplo”, afirma.

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Pessimismo local

Se no mercado internacional a expectativa é de embate entre gigantes, para o Brasil os prognósticos são de mais um ano difícil para o empresariado. Daniel Leichsenring, economista-chefe da Verde, prevê uma retomada lenta e gradual da economia. As empresas brasileiras, avalia, sofrem com falta de demanda e baixa rentabilidade, mas ainda assim têm excesso de mão de obra. “Na indústria, há 1,7 milhão de pessoas ociosas. No setor de serviços, mais 6 milhões. Isso significa que com quase 8 milhões a menos de pessoas elas manteriam a produtividade.”

Para Leichsenring, o dado mais chocante (e determinante para a expectativa de lenta recuperação econômica) é a baixa produtividade. “O PIB gerado pelo trabalhador em 2010 é inferior ao da década de 1980, apesar do ganho que registramos na escolaridade formal”, diz. Segundo ele, esse é um exemplo de como a economia local piorou, em parte por causa da insistente ajuda do governo para manutenção de companhias improdutivas no mercado. “As empresas ruins precisam quebrar. Assim, elas dão espaço para as que são novas e boas”, argumenta o economista-chefe da Verde.


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