Em um momento de estresse nos mercados globais causado pela pandemia do novo coronavírus, os exchange traded funds (ETFs) — fundos de índices de ações negociados em bolsa — se transformaram no principal sinalizador de preços. A avaliação é de Larry Fink, CEO da BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, com 6,46 trilhões de dólares em ativos sob gestão.
De todo o montante gerido pela BlackRock, pelo menos 28% está alocado sob a forma de ETFs, e a estratégia já é antiga. Faz cerca de oito anos que a gestora defende o potencial revolucionário desses instrumentos e desde 2015 a BlackRock insiste na tese de que eles serão os produtos dominantes também no mercado de títulos. “Os ETFs vão transformar o mundo dos investimentos, assim como a Amazon fez com o varejo”, aposta Fink.
Na última quinta-feira, em live conduzida pelo banco Santander, o CEO da BlackRock voltou a defender esse tipo de fundo e afirmou que sua eficácia está sendo comprovada pela pandemia. “Os ETFs provaram ser um valor mobiliário de alta performance, com uma precificação aprimorada. Em situações de alta volatilidade, eles proporcionam ao cliente uma liquidez intradia maior do que qualquer outro produto”, argumentou.
ETFs precificam melhor na crise
A opinião de Fink é corroborada por análise do banco central do Reino Unido. Segundo parecer do Bank of England (BoE), os investidores consideraram mais fácil negociar ETFs durante o recente pico de estresse do mercado. O BoE constatou, ainda, que os ETFs foram capazes de incorporar mais rapidamente as informações de mudança, refletindo, assim, um preço mais preciso.
No mês passado, o Bank for International Settlements (BIS) também já havia chegado a uma constatação semelhante. Em relatório, o banco verificou que os recentes descontos nos ETFs mostraram como esses passivos refletiam com maior acurácia a liquidez e o custo de venda do que outros valores mobiliários.
Mais que indexação
Grande parte dos ETFs acompanha um índice — de ações ou de títulos, por exemplo — e por isso eles entram na categoria de gestão passiva. Mas Fink diz ter notado uma migração do investidor ativo para os ETFs. “Essa não é apenas uma ferramenta de indexação. A grande oportunidade dos ETFs está justamente na possibilidade de se obter a exposição de mercado desejada, e estamos testemunhando cada vez mais investidores ativos comprando ETFs com esse objetivo”, afirma Fink.
A BlackRock projeta os ETFs vão dominar cerca de 30% dos mercados globais de ações e de títulos em um futuro próximo. Fink, no entanto, não estabeleceu um prazo para essa mudança.
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