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Alexandre Spada

14Alexandre Spada foi um dos vencedores do StarMine Analyst Awards 2015. Promovido pela Thomson Reuters pela primeira vez na América Latina, o prêmio mede há 14 anos o desempenho dos analistas com base na rentabilidade das recomendações e na precisão das estimativas de lucros. Com apenas 32 anos, Spada levou para casa o título de melhor analista de ações. Formado em engenharia de produção, ele cobre há quase oito anos empresas do setor financeiro não-bancário no Itaú BBA — atualmente, estão em seu radar Cielo, BM&FBovespa, Cetip, Smiles, Multiplus, Valid, GP Investments e Bolsa Mexicana de Valores. Na entrevista a seguir, ele fala de suas expectativas para o segmento.

Previsibilidade

“Neste período de macroeconomia conturbada, o setor apresenta algumas vantagens. As companhias que o compõe têm pouco ou nenhum denominador comum, e isso acaba blindando o segmento como um todo. Além disso, elas estão menos suscetíveis a mudanças regulatórias, que, em algumas áreas, como a de energia elétrica, foram devastadoras. Esses fatores dão conforto ao investidor, que se beneficia ainda do fato de elas serem ótimas pagadoras de dividendos. O lucro líquido por ação de diversas empresas de serviços financeiros vem crescendo a uma taxa de dois dígitos neste ano, e a perspectiva é que isso se mantenha em 2016. São exceções no mercado.”

Aposta de curto prazo

“Smiles é uma compra mais oportunista, que precisa ser reavaliada com frequência. Entre os motivos pelos quais gosto da companhia está a administração excepcional, que, desde o IPO em 2013, executa a estratégia de forma impecável. Em quase todos os trimestres, os resultados da Smiles superaram as expectativas de mercado. A empresa entrega inovações importantes para melhorar a percepção dos clientes e gere muito bem a precificação de seu programa de passagens aéreas. O risco em relação à Smiles é a saúde financeira da sua controladora, a Gol, que hoje tem patrimônio negativo. Por isso, esse não é o tipo de investimento para ‘casar’ e ser feliz para sempre.”

Aposta de longo prazo

“A Cetip é uma história com a qual tenho mais conforto. Um dos seus pontos fortes é ser uma excelente pagadora de dividendos: a empresa gera mais caixa livre do que lucro; se não distribuí-lo, vai acabar, num futuro próximo, com muito dinheiro em caixa, situação não desejada pela administração. Para evitar isso, a empresa poderia fazer uma aquisição, algo que eu não vejo no curto prazo; colocar em prática um plano pesado de investimento, que também não acredito ser o caso; ou distribuir o lucro para os acionistas. A minha avaliação é que a última opção será a escolhida. Além disso, ela tem uma vantagem: preços de produtos e serviços, que correspondem a 60% de sua geração total de receita são reajustados pela inflação. Num cenário em que a inflação está alta, isso gera uma proteção com que outras empresas não podem contar.”

Mais vulnerável

“A BM&FBovespa, das empresas que eu cubro, é a menos previsível. Seu comportamento depende muito da performance do Ibovespa. Quanto mais alto o índice, maior o volume financeiro negociado na Bolsa; quanto maior o volume, mais a BM&FBovespa ganha dinheiro. Então, para se ter um bom grau de previsibilidade sobre o que vai acontecer com as ações, é preciso acertar a direção do índice, algo bastante complexo no cenário de instabilidade atual.”

Erro

“Cielo foi um caso em que errei grosseiramente nos últimos dois anos. Nesse período, eu tinha uma recomendação neutra, e as ações da companhia performaram muito bem. Dois fatores me atrapalharam. Primeiro, os resultados acima do que o mercado esperava ao longo de 2014 e 2015; segundo, a parceria que firmou com o Banco do Brasil, no ano passado, para criação de uma empresa de processamento de cartões. O mercado viu nessa associação um enorme potencial de geração de valor para a Cielo, o que fez os papéis se valorizarem significativamente. Porém, esse é o tipo de coisa que não há como prever.”

Foto: divulgação


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