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Facebook: “quebre coisas, mova-se rápido”
... e peça desculpas depois! A história da rede social que dominou o mundo, com seus assustadores efeitos colaterais
A história do Facebook, a rede social que dominou o mundo, com seus assustadores efeitos colaterais

Imagem: divulgação

Steven Levy, editor da renomada revista Wired, é considerado o guru do jornalismo de tecnologia, há pelo menos 30 anos escrevendo sobre a evolução do Vale do Silício, suas empresas e empreendedores. Poucos conseguem combinar o acesso aos principais atores desse mercado com uma visão crítica guiada pelos fatos, o que lhe confere uma delicada — e rara — percepção de equilíbrio jornalístico em um mundo bastante polarizado. 

Ao negociar o acesso ao fundador Mark Zuckerberg e à empresa para escrever Facebook: The Inside Story, Levy não imaginava se encontrar no meio do turbilhão causado pela Cambridge Analytica na eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. O relato começa como toda biografia corporativa, tratando da inocência dos tenros anos do theFacebook (nome original da rede social) nos corredores de Harvard. Por três anos, o autor teve acesso ao fundador, colaboradores atuais e muitos que já deixaram a empresa para buscar os diversos pontos de vista que compõem o mosaico que rotulamos como “os fatos”. 

Entre tantos traços da personalidade de Zuckerberg encontrados na narrativa, três são determinantes para explicar a trajetória da empresa: ultracompetitividade, obsessão por crescimento e necessidade de manter o controle. Em sua corrida frenética por dominância (quando o Facebook foi criado, já havia pelo menos duas empresas grandes no segmento), a rede social predicava seu mote mesmo diante de alarmes crescentes sobre segurança de dados dos usuários e violações à privacidade. Até chegarmos à eleição de 2016. 

Apesar do conhecimento sobre perfis falsos e uso indevido da plataforma, aparentemente essas informações não chegaram aos ouvidos certos — ou pelo menos não com a devida ênfase. Para grande surpresa dos liberais do Vale do Silício, Trump foi eleito e a autópsia da situação revelou o papel fundamental que o Facebook teve em sua estratégia de comunicação. Curiosamente, Barack Obama havia usado a plataforma com sucesso em sua primeira eleição, mas os democratas subutilizaram grosseiramente esse canal na campanha de Hillary Clinton. O dano à reputação da empresa que ingenuamente havia sido criada para conectar as pessoas foi pesado, e o Facebook desde então tem investido bastante em relações públicas para melhorar sua imagem junto aos usuários e a seus colaboradores. 

Poucas companhias conseguem escapar com vida de um abalo tão forte à sua reputação. Mas aí entram 2,5 bilhões de usuários e consumidores que passam horas na plataforma todos os dias. A fotografia que hoje emerge é de uma empresa na adolescência (o Facebook foi fundado em 2004), com todos os conflitos que essa fase provoca nos jovens de carne e osso. Construído sobre valores idealistas, o Facebook parece conviver com escrúpulos questionáveis ao explorar sua dominância e acesso à massa de consumidores mundiais. 

A despeito do bom trabalho de Levy em manter o equilíbrio jornalístico, as conclusões que saem do livro são duras para o Facebook. Essdetalhada e longa narrativa provavelmente vai inspirar várias discussões sobre big techs e privacidade no século 21. 


Ficha técnica

Facebook: The Inside Story 

Steven Levy 

Blue Rider Press 

592 páginas 

 edição ― 2020 


Peter Jancso é sócio da Jardim Botânico Investimentos e conselheiro independente 


*Break things, move fast” era o mote do Facebook nos seus primeiros anos


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