No Brasil, a qualidade do que se come e o bem-estar dos animais de corte virou assunto entre os consumidores depois que a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, revelou um esquema de pagamento de propina a fiscais agropecuários para liberação de mercadorias adulteradas sem fiscalização. Isso teria permitido, por exemplo, que frigoríficos usassem ácido ascórbico (vitamina C) em excesso para disfarçar as características da carne estragada. Lá fora, no entanto, não são apenas os consumidores que estão de olho na indústria de alimentos — os investidores também. Tanto que uma coalizão formada por pelo menos 70 investidores institucionais, com cerca de US$ 2 trilhões sob gestão, vem pressionando empresas da cadeia de alimentos a limitar o uso de antibióticos nos animais.
Fundada ano passado, essa coalizão ganhou, na última semana, a adesão de 17 grandes gestoras de recursos, entre eles a inglesa Aviva Investors, a franco-belga Candriam e a holandesa Aegon. Elas compartilham o temor de que o uso indiscriminado e excessivo de antibióticos na criação de porcos, galinhas e bois estimule o aparecimento de bactérias superresistentes a medicamentos, o que pode, inclusive, prejudicar a saúde humana.
A coalizão é resultado de uma iniciativa da Fair Animal Investment Risk & Return (Fairr), grupo que busca informar os investidores acerca dos riscos e das oportunidades relacionadas à criação de animais. Em um relatório publicado nesta semana, a Fairr afirma que o conjunto de gestoras hoje dialoga com dez companhias, entre elas as redes de fast food Wendy’s, McDonald’s e Domino’s Pizza. Com pelo menos uma das empresas a conversa já deu resultado: a Mitchells and Butlers, dona de redes de pubs no Reino Unido, informa adotar políticas para evitar o uso excessivo de antibióticos por seus fornecedores.
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