Ilustração: Rodrigo Auada

Um temor ronda o mundo financeiro há alguns meses: a possibilidade de o mercado de dívida corporativa estar prestes a explodir. Para a Organização Internacional das Comissões de Valores (Iosco) o tema é digno de nota. Em seu relatório anual sobre riscos de mercado, publicado no início de março, a instituição destacou o assunto como uma de suas principais preocupações.

Segundo a Iosco, o mercado primário de dívida corporativa se expandiu muito nos últimos cinco anos, o que torna questionável a capacidade de o secundário suportar abalos e lidar com eventual falta de liquidez. Diante desse cenário, a entidade ressalta a importância do monitoramento do setor e das iniciativas para mitigação dos riscos.

A Iosco também está atenta a outros problemas potenciais. Um deles envolve a atividade de gestão de colaterais. De acordo com a entidade, o mercado pode estar caminhando para uma perigosa concentração de prestadores de serviços. Outra preocupação é com a conduta de vendedores de produtos de investimento para o varejo. Há o temor de que as comissões estejam estimulando esses profissionais a oferecer ativos inadequados para seus clientes.

Os riscos tecnológicos também estão no radar da Iosco. A entidade recomenda que os reguladores não só invistam em pesquisa para entender as principais ameaças que o avanço tecnológico impõe ao equilíbrio do sistema financeiro, mas também que preparem guias para ajudar pessoas físicas a se defender de hackers e outras armadilhas.