Disclosure se fortaleceu durante a gestão Trump
Companhias se tornaram mais transparentes quanto a despesas políticas e eleitorais
Ilustração de planilha em um computador de escritório

Companhias dos EUA perceberam um risco maior de escrutínio sobre suas atividades de financiamento político | Imagem: stories/Freepik

Independentemente do resultado das eleições americanas, o disclosure sai vencedor nos Estados Unidos. Os quatro anos de administração Donald Trump estimularam as companhias abertas do país a adotar práticas sólidas de transparência e supervisão para suas despesas relacionadas a eleições e processos políticos. Segundo estudo da ong Center for Political Accountability (CPA), entre 2016 e 2020 houve mais divulgações de material corporativo, a supervisão das empresas por seus conselhos de administração ficou mais robusta e os órgãos de governança, como comitês, ganharam maior relevância.

A conclusão é aparentemente paradoxal se comparada à própria gestão do republicano, marcada pelo uso recorrente de discursos falsos e imprecisos. No entanto, a polarização alimentada pelo presidente dos EUA é uma das razões que explicam o fortalecimento do disclosure. O estudo do CPA conclui que as companhias abertas do país foram mais transparentes em seus gastos porque perceberam um risco maior de escrutínio sobre suas atividades de financiamento político a partir da eleição de Trump.

Isso porque, desde 2016, os americanos vivem um ambiente político hiperpolarizado, com ascensão das mídias sociais e do ativismo das novas gerações. O caldeirão de fatores levou a uma melhora no índice que avalia as maiores companhias abertas americanas de acordo com seu grau de disclosure. O benchmark é elaborado com base nas empresas integrantes do índice S&P 500, sob a condução do CPA e do Zicklin Center for Business Ethics Research da Wharton School.

Segundo a análise de 2020 do índice, a quantidade de empresas com as melhores políticas de transparência e responsabilidade — com pontuação de 90% — mais do que dobrou entre 2016 e 2020, passando de 35 para 79. Cinco companhias chegaram ao máximo de 100%. Além disso, os negócios que obtiveram pontuações entre 80% e 100% totalizaram 156 neste ano, um grupo dois terços maior do que as 94 empresas que estavam nessa faixa em 2016. Houve também um aumento do número de companhias que adotaram supervisão mais detalhada de suas despesas políticas, um crescimento de 46% ao longo dos quatro últimos anos.

Apesar do progresso, o estudo ressalta que ainda há muito trabalho a ser feito para que as empresas sejam capazes de administrar seus gastos político-eleitorais com segurança. São dois principais desafios: uniformizar a divulgação dessas despesas e encarar a existência de desembolsos conflitantes. Os dispêndios de uma empresa, podem, por exemplo, entrar em dissonância com seus valores e posições centrais.


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