Um muro erguido na página 34 divide de forma curiosa esta edição. A primeira parte retrata uma conjuntura deixada pelo passado. A segunda, um ideal de futuro mais eficiente e inclusivo.
Começamos com a reportagem de capa, em que Roberto Rockmann expõe as oportunidades de fusões, aquisições e estruturas de financiamento abertas pelas investigações da operação Lava Jato. O enfraquecimento de grandes construtoras leva a uma eminência de empresas menores dotadas de potencial para ocupar seu lugar, com chances de serem bem-sucedidas se incorporadas por um grupo maior ou capitalizadas devidamente. A crise econômica, a seu turno, acende expectativas de um ano vigoroso para as operações de M&A. Nos mais variados setores, boas oportunidades se revelam diante dos ajustes de preços motivados pela crise e pela alta do dólar.
Também na primeira parte, reportagem de Yuki Yokoi mostra as inusitadas confusões societárias provocadas pela disputa entre os sócios controladores da Usiminas. O quadro atual da siderúrgica requer soluções novas para um problema velho e perverso: o efeito da deterioração das relações humanas sobre os negócios.
No fim deste bloco, outra crise provocada por maus feitos. Neste caso, falamos das gestoras de recursos, cujos sócios sentem nos nervos os impactos da fuga de dinheiro — para aplicações que oferecem a conveniência do juro alto —, do encolhimento da poupança provocado pela economia estagnada e dos incentivos tributários a produtos bancários que lhes impuseram uma concorrência ferina.
Na segunda parte, a perspectiva de futuro aponta jeitos novos de trabalhar e pensar. A robotização dos investimentos é um processo em curso, com o uso da inteligência artificial para capturar tendências e dirimir erros de percepção dos gestores humanos. Os investimentos de impacto social, uma indústria em admirável crescimento no Brasil, se voltam a encontrar ativos com retornos mais abrangentes que contemplam o desenvolvimento da sociedade. Finalmente, o avanço da consciência sobre a importância da diversidade nas lideranças, inclusive nos conselhos de administração, e uma reflexão sobre os cuidados para garantir que esse movimento aconteça de forma natural e não por tentativas de impor transformações.
Enquanto muitos trabalham para consertar erros do passado, outros criam um futuro de novas possibilidades. Ainda bem.
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