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Escombros da crise

Os estragos feitos pela Petrobras na reputação do Brasil e do seu mercado de capitais aparecem aos poucos. Além de exibir as entranhas de um pacto de corrupção eficiente e ramificado, a Operação Lava Jato deflagrou fragilidades até então ignoradas. Na edição passada, tratamos a questão dos dividendos mínimos estabelecidos no estatuto da petroleira. Em seu primeiro grande teste, num raríssimo ano de prejuízo, o dispositivo revelou-se estéril — a Petrobras não se vê obrigada nem a distribuí-los nem a conceder o direito a voto previsto na Lei das S.As. para compensar o eventual não pagamento.

Nesta edição, falamos novamente de Petrobras e de outra tentativa de subtração de direitos. Segundo a companhia, seus acionistas não podem recorrer à Justiça, mas somente aos fóruns de arbitragem, conforme previsto em estatuto. A afirmação ataca diretamente a percepção do investidor sobre os níveis diferenciados da BM&FBovespa, uma das iniciativas mais admiradas no mercado brasileiro.

Outra novidade surgida nos escombros da Petrobras é o sobrevoo dos fundos abutres, explorado na reportagem “Garras afiadas”. Interessados na petroleira e nos seus fornecedores a caminho da bancarrota, eles atacam seus alvos impiedosamente até fazê-los sangrar, aspirando lucros rápidos e fabulosos para os títulos de dívida que adquirem a preços miseráveis. Na ponta oposta, fundos igualmente interessados nesses papéis atuam com planos para o bem, focados na recuperação das companhias e em colaborar com elas.

Os efeitos da crise passam ainda pelo universo da contabilidade. Diante de uma inflação alta e persistente, questiona-se a autenticidade das demonstrações financeiras sem correção monetária. Apesar do temor sobre os efeitos contagiosos dessa técnica sobre a indexação da economia, sua ausência nos balanços já preocupa a ponto de o assunto ser levado ao conselho formulador das normas contábeis internacionais, como mostra a matéria “Números artificiais?”.

O mau momento enseja ainda manobras oportunistas na contabilidade, que não caem nada bem perante os investidores e analistas, inclusive os internacionais. É bom ter cuidado. A credibilidade conquistada com ideias geniais como a do Novo Mercado pode ser rapidamente destruída por um pequeno conjunto de atitudes nefastas.


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