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Ninguém vence sozinho numa crise como a do coronavírus
Colaboração da iniciativa privada com os Estados é fundamental neste momento
Colunista Walter Pellecchia comenta o mercado de capitais a nível internacional

*Walter Pellecchia | Ilustração: Julia Padula

O novo coronavírus faz relevância do Estado na vida da população saltar aos olhos. No entanto, um dos principais elementos que diferenciam a atual pandemia de crises anteriores é a importância da atuação efetiva da iniciativa privada como auxiliar do Estado para solucionar o problema e contribuir com a sociedade.  

Diversas destilarias ao redor do mundo, incluindo a maior delas, a belga Anheuser-Busch Inbev, passaram a produzir e distribuir gratuitamente álcool em gel. A americana Apple desenvolveu e está distribuindo escudos faciais para a proteção dos profissionais de saúde. 

A Tesla, fabricante americana de veículos elétricos, está produzindo ventiladores respiratórios a partir de peças de carros e doando os equipamentos para hospitais. Começaram a fazer o mesmo, talvez um pouco tardiamente, a Ford e a General Motors  estas nominalmente convocadas, por um tuíte de Donald Trump em 27 de março, a se alinhar ao esforço de guerra.  

No Reino Unido, o consórcio Ventilator Challenge UK reuniu diversas indústrias e empresas de engenharia e tecnologia — incluindo Accenture, Airbus, Dell, DHL, Rolls Royce, Siemens e Unilever, dentre outras — para suprir, a toque de caixa, o NHS (SUS britânico) com ventiladores respiratórios. 

No mesmo sentido, o Wellcome Trust, uma fundação independente global, em parceria com o Fórum Econômico Mundial, lançou em 7 de abril a iniciativa COVID-Zero. O objetivo é arrecadar, junto a empresas do setor privado, a quantia de 8 bilhões de dólares destiná-la à pesquisa de vacinas, tratamentos e testes clínicos, de modo a buscar uma solução científica de longa duração para frear os efeitos do novo coronavírus. 

 

 

Todos esses tipos de ações da iniciativa privada estão intimamente ligados ao conceito ESG (sigla em inglês para aspectos ambientais, sociais e de governança)normalmente utilizado por investidores para privilegiar os aportes em empresas preocupadas com essas questões. Certamente, após a pandemia da covid-19, o mundo enxergará o ESG de uma outra forma. 

Não por acaso, em 27 de março, exatamente no momento em que o ocidente está sofrendo o auge dos efeitos da pandemia, a PRI Association, iniciativa de investidores em parceria com a ONU para promover princípios de investimento responsável, publicou um artigo emblemático. No texto, afirma ser imperativo aos investidores participantes da associação que, diante da covid-19, foquem seus investimentos em empresas sustentáveis, ainda que isso signifique menos retorno financeiro no curto prazo.  

Esse tipo de pensamento não é apenas bonito de se ver, é possível sentir no bolso. Conforme estudo publicado em 3 de abril pela consultoria Morningstar, fundos de investimento em ações com foco em empresas ligadas ao critério ESG, ainda que também tenham sofrido os efeitos da crise, performaram melhor do que os fundos de ações convencionais no primeiro trimestre de 2020. 

Mais uma vez, a covid-19 mostrando que ninguém vence sozinho. 


* Walter Pellecchia, advogado do mercado financeiro, licenciado do Machado Meyer Advogados ([email protected]), atualmente no escritório de Londres do Reed Smith LLP ([email protected]). O texto acima reflete opiniões do autor e não deve ser considerado como consultoria de qualquer natureza. 


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