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Diversidade, um preceito ético
Conceito deve ir muito além da inclusão de mulheres nos conselhos
diversidade nas empresas, Diversidade, um preceito ético, Capital Aberto

Henrique Luz*/ Ilustração: Julia Padula

A questão da diversidade tem sido amplamente debatida na sociedade. E, como não poderia deixar de ser, também no ambiente empresarial e em grupamentos profissionais. Não faltam congressos, seminários, painéis, artigos assinados e reportagens específicas publicadas na grande imprensa, na mídia segmentada e em muitos outros canais. Admiro muito o tema da diversidade, mesmo na forma apaixonada como tem sido advogado. É uma causa séria, que merece a atenção e o comprometimento de todos.

Entretanto, a discussão tem sido muito mais voltada para um dos canais da diversidade, notadamente aquele pertinente ao gênero. Os que defendem a participação igualitária da mulher no mundo dos negócios têm fundamentado seus pontos de vista no contexto de seu impacto positivo sobre a geração de resultados nas empresas. Muito pertinente, meritório e, no que toca este último ponto, consequente e indiscutível. Emana da minha própria experiência profissional de quatro décadas a conclusão — empírica, portanto — de que qualquer grupo de profissionais em que há pessoas dos dois gêneros tem muito mais chance de ser consequente, criativo, objetivo, resiliente, disciplinado e humanizado que os formados unicamente por mulheres ou homens.

Eu me orgulho de estar entre os que advogam essa evolução na sociedade e confesso ter grande expectativa de que os próximos anos trarão avanços mais significativos. Meus esforços hoje estão mais concentrados na composição dos conselhos de administração e em seus comitês de assessoramento. Afinal, somente cerca de 4% dos assentos em conselhos no Brasil são ocupados por mulheres, já extraindo da base aquelas que são acionistas ou integrantes de famílias nas empresas sob controle familiar. Essa realidade, per se, já representa enorme espectro de oportunidades de aprimoramento nos próprios conselhos, para cumprirem sua missão de assegurar a perpetuidade das entidades e a geração de valor para os acionistas e demais stakeholders — assim como para a sociedade como um todo, uma vez que essa realidade dos conselhos existe em todos os ambientes profissionais.

Entendo, por outro lado, que a diversidade que se precisa atingir de forma plena é aquela cujo objetivo seja que, em qualquer grupamento, se possa dispor de amplo leque de ideias e experiências. E é justamente dessa pluralidade de pensamentos que nasce a inteligência coletiva, a que consegue produzir resultados melhores e mais sustentáveis.

Esse grau mais avançado — e civilizado — da convivência plural tem, entre seus alicerces, uma outra dimensão, bem menos abordada que a simples geração de melhores decisões para a produção de resultados para os stakeholders. Refiro-me à ética propriamente dita. Em sua melhor essência.

Resta claro que devemos — todos — integrar uma grande força-tarefa na sociedade para criar ambientes, corporativos ou não, em que a cultura ética esteja bem sedimentada, produzindo a convivência pacífica e produtiva na pluralidade de ideias e pensamentos advinda da diversidade. Esse deveria ser o mantra maior da sociedade neste início de século. A diversidade precisa ser entendida e praticada por ser uma das representações da ética. Um grande propósito.


*Henrique Luz é membro independente em conselhos de administração, conselheiro certificado do IBGC e vice-presidente do conselho de administração do IBGC

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