Tudo começou com o objetivo de aumentar a proteção dos acionistas minoritários e, dessa forma, atrair investidores e emissores para a esvaziada Bovespa. O Novo Mercado, contudo, foi muito além do que sua missão inicial requeria. Às veteranas do pregão, ofereceu uma oportunidade de se reestruturarem, superarem crises e refazerem os laços com investidores em condições muito mais amistosas. Às novatas desconhecidas dos investidores, uma estrada bem pavimentada para a abertura de capital. Aos reguladores, um espaço para elevar as obrigações de transparência e governança sem mexer na lei ou na regulamentação. O Novo Mercado também proporcionou aos agentes de mercado um respiro aliviado: as ofertas iniciais de ações, finalmente, voltaram a acontecer. E, ao Brasil, um sentimento de orgulho e reconhecimento internacional: o segmento é, hoje, um modelo que outros países tentam reproduzir.
Nesta edição, produzida para celebrar a primeira década dessa invenção revolucionária, traçamos um panorama da trajetória do Novo Mercado e dos seus desafios. Começamos contextualizando a iniciativa da Bolsa na conturbada história do mercado de capitais brasileiro, em um primoroso texto do escritor Ney Carvalho. E seguimos tratando das companhias que se deram bem (e daquelas que decepcionaram); da difícil reforma de 2010, com suas frustrações e seus acertos; dos emissores relevantes que permanecem fora do Novo Mercado; e da agenda para os próximos anos na visão dos criadores do segmento, do presidente da BM&FBovespa, e de investidores e consultores estrangeiros.
O sucesso do Novo Mercado é resultado do diagnóstico preciso dos problemas que abatiam o mercado; da atitude corajosa de apostar em uma solução nunca antes experimentada; da persistência em manter o projeto original diante das dificuldades; e do embalo camarada oferecido pelos bons ventos da economia brasileira. Prever o desempenho dessa consecução no futuro é um exercício difícil e de resultados ainda bastante nebulosos. Provavelmente, será necessária mais uma leva de decisões certas para fazê–lo prosperar e, talvez um dia, alcançar sua realização derradeira: deixar de existir. A adesão de todas as companhias às práticas do Novo Mercado seria a maior vitória do segmento — mas ninguém sabe se isso irá acontecer um dia.
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