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Sem fronteiras

Sucesso do mercado editorial desde o seu lançamento em 2005, O mundo é plano, do jornalista Thomas Friedman, conta que o planeta achatou. No lugar da forma arredondada e desigual que historicamente fortaleceu os países ricos à custa dos menos abastados, Friedman enxerga a formação de um terreno plano e promissor, em que jogadores da segunda e terceira divisões passam a ter oportunidades reais de se nivelar às lideranças, e até de fazer-lhes alguma concorrência. Tudo isso, segundo o autor, graças à revolução tecnológica e às novas formas de comunicação e de terceirização de serviços decorrentes dela — como, por exemplo, o call center supostamente localizado nos Estados Unidos que atende ligações na Índia.

Nos mercados de capitais globais, as idéias de Friedman também têm o seu lugar. Barreiras são quebradas para que o capital cruze fronteiras, gere novas oportunidades de produtos e serviços e acirre a concorrência. Avanços tecnológicos estimulam que as bolsas de valores comprem umas às outras, expandam seus mercados e ofereçam ao investidor plataformas 24 horas no ar, para que nenhuma boa aposta seja perdida simplesmente porque terminou o horário de pregão.

Com a informação acessível, a comunicação fácil e os mecanismos necessários disponíveis, investidores entram de sola nas ofertas públicas de ações brasileiras e conectam suas agendas às nossas. Governança corporativa, poison pills, instrumentos de alavancagem de controle e insider trading são temas que ecoam, simultaneamente, nos quatro cantos do globo.

Nossas companhias — capitalizadas com recursos que, em boa parte, chegam de fora — saem às compras em terras estrangeiras e fincam suas estacas no comércio internacional. Livres das barreiras da regulação, nossos gestores de recursos começam a se aventurar pelo outro lado do Atlântico, em busca de ativos para diversificar suas carteiras. Espectadoras de tudo, autoridades cuidam para que empresas e investidores, num futuro próximo, possam falar a mesma língua, em qualquer lugar. Concebida para ser universal, a contabilidade internacional (ou IFRS) se aproxima desse objetivo à medida que mais jurisdições a adotam — entre elas, a dos Estados Unidos, cada vez mais maleável e disposta a abrir mão do seu US Gaap.

Friedman reuniu dez indícios de que o mundo está virando plano. Nesta edição especial da Capital Aberto, replicamos sua idéia e elegemos cinco boas razões para acreditar que os mercados de capitais também caminham nesta direção. São elas: 1) a consolidação das bolsas de valores e o avanço das plataformas de negociação; 2) as aquisições de companhias além-fronteiras e a participação ativa do Brasil nesse processo; 3) os investimentos ao redor do planeta e a porta que se abriu para o País após mudanças recentes na regulamentação; 4) a convergência para uma contabilidade global; 5) as agendas de discussões e de trabalho, cada vez mais cheias de interseções.

Depois da crise internacional que abalou os mercados em meados de agosto, há quem pergunte se os efeitos da globalização acelerada são mesmo a planície avistada por Friedman. Nessas horas, as conseqüências do achatamento ficam bem menos encantadoras do que o autor sugere em sua obra. Ainda assim, o novo jeito de o mundo se relacionar, ao que parece, é irreversível.


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