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Hora do próximo passo
 

Sabemos que todo avanço merece ser reconhecido e, sem falsa modéstia, também festejado. Afinal de contas, em quase todo sucesso que se preze, cada passo costuma exigir muito trabalho e alguma perseverança. Podemos dizer que assim se deram os avanços do nosso mercado na seara das melhores práticas de governança corporativa. Em apenas cinco anos, o Novo Mercado da Bovespa deixou de ser a proposta aparentemente ingênua de uns poucos sonhadores para se tornar uma escolha consciente de acionistas minoritários e controladores — estes últimos, inclusive, claramente interessados em aproveitá-lo para fazer fortuna com ofertas de venda de suas ações.

Essa rápida (e bem-vinda) convergência de interesses talvez seja o melhor sinal de que está na hora do próximo passo. Não fomos os únicos a evoluir nesta área e, enquanto discutíamos se fazia ou não sentido dar direito a voto para todos acionistas, ou se os minoritários teriam mesmo direito ao tag along, outros mercados sofisticaram suas referências e criaram novas e promissoras metas para as companhias brasileiras.

Na reportagem de capa desta edição, nos propusemos a explorar pelo menos uma delas. Constatamos que informações sobre salários, bônus, benefícios e outras formas de remuneração concedidas aos nossos administradores continuam sendo um enorme tabu no Brasil, confortavelmente protegido pelos argumentos de que os perigos de seqüestro justificam “esconder” tais informações dos investidores. Mas não seria direito desses acionistas ter elementos para fazer a conta e concluir se o valor gerado por seus administradores vem compensando os custos de mantê-los em seu posto? Ainda mais agora, que algumas de nossas companhias ensaiam modelos societários de capital pulverizado, não seria justo que nossos investidores soubessem se os poderosos executivos das sedutoras empresas sem dono não estão expropriando seu patrimônio com salários descabidos?

Oportunamente, na mesma edição em que propomos tal reflexão, nosso colunista Alexandre di Miceli da Silveira comenta o ranking global divulgado em setembro pela consultoria Governance Metrics. Numa escala de zero a dez, o Brasil conquistou módicos 3,2, amargou o 41º lugar numa lista de 45 países e, como se já não fosse o bastante, ganhou destaque por emplacar três companhias com a pior nota do ranking (1,0), além de um caso (de uma siderúrgica, não identificada pela GMI, mas de fácil dedução) como um dos mais gritantes.

Políticas claras de relações com partes relacionadas, membros verdadeiramente independentes nos conselhos de administração, diretrizes e informações mais detalhadas sobre a remuneração dos executivos e incentivos para a participação dos acionistas nas assembléias — como, por exemplo, a adoção do princípio da boa fé e a dispensa da entrega de procuração com antecedência — são algumas das melhores práticas ainda raras na rotina das companhias brasileiras. Quem sabe o vexame no ranking da GMI seja um incentivo para recuperarmos o ritmo de avanços dos últimos anos.

 


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