Verdades à prova

Instigar a reflexão e o debate é a missão de qualquer veículo que se propõe a servir bem a seus leitores e à sociedade. Para isso, vez ou outra, é necessário colocar à prova algumas premissas que, com o tempo, vão se cristalizando como verdades sem passar por uma revisão periódica.

A presente edição da Capital Aberto se propõe a remexer na seara da governança corporativa. Dotado de uma capacidade extraordinária para atrair novos interessados e adeptos no Brasil e no mundo, o tema tem espaço privilegiado nesta publicação e segue em franca expansão no mercado nacional. De tão comentado, porém, corre o risco de bater sempre na mesma tecla e, por inércia, manter alimentadas algumas impressões que já estariam mais do que em tempo de serem reavaliadas.

A começar pela máxima de que os presidentes executivos não devem acumular a presidência dos conselhos de administração. Difundido em larga escala junto com o pacote das boas práticas, o princípio ganhou amplo espaço no discurso dos guardiões da governança. Mas será que os investidores estão mesmo dando tanta atenção assim a este ponto? Tomando por base algumas das empresas que abriram o capital recentemente, e que mantêm a mesma pessoa nos dois cargos, parece que os investidores, se olharam para a “infração”, não a transformaram em desconto no preço.

Em reportagem na página 20, colocamos na berlinda a imagem de que, no Nível 2 e no Novo Mercado, tudo é exemplo. Identificamos pelo menos duas companhias que possuem acordos com seus acionistas que muito nos fazem lembrar as velhas e mal vistas partes beneficiárias — aqueles títulos que conferem a seus portadores o direito a um naco garantido dos lucros da empresa.

Outra verdade construída nos últimos anos, e debatida nesta edição, é a de que a auto-regulação é a solução definitiva para o incremento das nossas práticas de governança. Pode até ser, mas, no mínimo, vale prestar atenção ao que outros emergentes estão fazendo neste campo. Países como México, Índia e China estão transformando em leis alguns princípios de governança que, por aqui, são cobrados pelo mercado, mas não estão dispostos em regras gerais, aplicáveis a todas as companhias.

Por fim, na esteira das críticas ao rigor imposto pela Sarbanes-Oxley, resolvemos perguntar a nossas companhias com ações listadas nos Estados Unidos se os custos desta penosa lei de governança já não superam os seus benefícios. E, mais, se diante da ascensão das bolsas européias — e da clara competição que começa a se desenhar entre estas e as norteamericanas — não valeria a pena cruzar o Atlântico e trocar a vitrine mais glamourosa do mundo por outras com crescimento promissor.

CARREIRAS — Nesta edição também estreamos uma seção que pretendemos tornar bimestral. O tema são as carreiras relacionadas ao mercado de capitais e o objetivo é prestar informações úteis e francas aos que pretendem se lançar por esses caminhos — e, de quebra, pegar uma carona no ótimo momento do mercado.


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