Já em sua 10ª edição, a pesquisa “Jornada da captação – Transformação financeira na busca de recursos” de 2017, feita pela Deloitte e pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), apresenta os principais desafios e prioridades para as organizações que querem se preparar para uma oferta inicial de ações. O levantamento é relevante especialmente diante do cenário econômico turbulento que o País tem enfrentado nos últimos anos.
Para o estudo, foram ouvidas 97 empresas (79% de capital fechado e 21% de capital aberto). Entre as fechadas, 31% têm faturamento anual superior a 500 milhões de reais e 32% declararam a intenção de, futuramente, fazer uma oferta inicial em bolsa. As incertezas da conjuntura econômica e política atual, no entanto, limitam o percentual de empresas que esperam realizá-la de fato nos próximos dois anos a somente 6% da amostra. Outro fator marcante é que 82% das empresas de capital fechado admitem não conhecer — ou conhecer apenas parcialmente — os procedimentos necessários para a concretização de um IPO.
“A pesquisa revela a percepção das empresas em relação à oferta inicial de ações e mostra maturidade do mercado brasileiro, que reconhece um ganho de valor para as companhias de capital aberto proveniente das adequações a normas que devem seguir para que passem a ser listadas em bolsa, e que estimulam a governança, compliance e transparência”, afirma Fernando Augusto, sócio-líder da área de Capital Markets da Deloitte.
Governança em pauta
Uma parte relevante (81%) as empresas fechadas ouvidas tem demonstrações financeiras revisadas por auditoria externa independente, ação típica de companhias abertas. Além disso, 68% já elaboram demonstrações financeiras trimestrais — requisito obrigatório para que uma companhia seja listada na bolsa.
Como reflexo do ambiente econômico desafiador, 66% indicaram que o alto investimento necessário na estrutura da empresa para prepará-la para a abertura de capital é um empecilho a uma tomada de decisão nesse sentido. “As organizações que pretendem ter ações listadas em bolsa têm grandes desafios a suplantar”, observa Edmar Prado Lopes Neto, presidente do conselho de administração do IBRI.
É fato que contar com estrutura de governança e gestão de riscos é uma prática de transparência e de controle importante, que transmite confiança ao mercado. Algumas dessas estruturas já foram implantadas pelas empresas de capital fechado, com o objetivo de lidar com riscos iminentes em seus mercados de atuação. Para a empresa que deseja lançar ações, medidas como o estabelecimento de conselhos e comitês, bem como a estruturação das áreas de relações com investidores (RI) e de controles internos, são obrigatórias. Diego Barreto, membro do conselho de administração do Ibri, destaca ser importante “a adoção das melhores práticas de RI, mesmo para as companhias fechadas que pretendem captar recursos no mercado”.
Da amostra de organizações de capital fechado da pesquisa, 84% dispõem de sistemas de controles internos, enquanto 68% contam com estrutura de auditoria interna. Quando se chega ao nível dos conselhos fiscais, no entanto, apenas 22% das empresas entrevistadas declararam ter essa instância em sua estrutura, indicando que há práticas de governança mais robustas que ainda precisam ser adotadas para que as organizações possam ter suas ações negociadas na bolsa de valores.
Jornada da captação – Transformação financeira na busca de recursos
Destaques da pesquisa
Empresas de capital fechado
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