Quando o Bovespa Mais decolará?
Flexibilização de regras de acesso e comprometimento dos players do mercado são fundamentais

Nicho de listagem do mercado de balcão criado pela BM&FBovespa em 2005, o Bovespa Mais foi concebido para atrair companhias de pequeno e médio porte, especialmente aquelas que desejam fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em volume menor que as tradicionais estreantes no segmento de listagem do Novo Mercado. Quanto aos investidores, o foco são aqueles com visão de longo prazo e dispostos a correr maiores riscos, sem liquidez imediata.

Todavia, até agora, o Bovespa Mais conseguiu despertar o interesse de apenas uma companhia — a Nutriplant, do setor de fertilizantes. Mesmo assim, convém dizer que a iniciativa é louvável, especialmente num país em que o acesso ao mercado financeiro e de capitais é, muitas vezes, restrito às grandes empresas.

Embora o Bovespa Mais tenha tudo para se tornar um segmento relevante no que se refere à captação de recursos voltados a pequenas e médias companhias brasileiras que apresentem forte crescimento, algumas etapas importantes ainda precisam ser ultrapassadas para que receba maior adesão de empresas, mercado e investidores.

Em primeiro lugar, é importante promover mudanças legais e regulamentares voltadas a agilizar o acesso ao Bovespa Mais e proporcionar a aclamada redução de custos do IPO. Esse fator é muito significativo para companhias pequenas e médias, cujo processo de transição de empresa fechada para aberta e listada no Bovespa Mais deveria ser mais ameno do ponto de vista regulamentar e financeiro. Tal flexibilidade, contudo, não exime essas empresas de adotar padrões mínimos de governança corporativa.

O segmento também precisa tornar-se mais atraente a investidores locais e estrangeiros, proporcionando liquidez aos papéis negociados. Destaque-se a necessidade de criação de vantagens fiscais para fundos de pensão e family offices.

Vale ressaltar os fundos de private equity como importantes catalisadores do desenvolvimento do Bovespa Mais. Esses investidores não só ajudam a alavancar as pequenas e médias empresas pré-IPO como também contribuem para a implantação de altos padrões de governança corporativa. Além disso, a Bolsa deverá ser uma das formas mais utilizadas por esses fundos para a saída de empresas investidas, e o Bovespa Mais pode ser uma opção para a listagem dessas companhias.

Outros players são fundamentais no desenvolvimento do Bovespa Mais, como os bancos de investimento pequenos e médios, as corretoras e as distribuidoras de valores. Eles podem assessorar as empresas menores no processo de estruturação de listagem sem se preocupar com uma remuneração atraente no curto prazo, mas sim com um retorno no médio e longo prazo. A BM&FBovespa tem trabalhado fortemente na divulgação do Bovespa Mais. Ao que parece, a próxima novidade será a celebração de acordos com as federações da indústria, para que elas indiquem o segmento a pequenas empresas. O primeiro deve ser firmado com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Muitos dizem que o Bovespa Mais é um excelente passo para a capitalização antes da chegada ao Novo Mercado. Corroboramos tal entendimento, mas ressaltamos que, para a aceleração desse processo, são necessários a flexibilização de determinadas regras de acesso e o comprometimento dos players de mercado, especialmente dos fundos de private equity locais ou estrangeiros.


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