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Como a crise internacional afeta os fundos?
Uns preveem o aumento das oportunidades de investimentos; outros, a redução dos instrumentos de saída para realização dos ganhos

A recente turbulência na economia global afetou o Brasil. Conforme amplamente divulgado na imprensa, houve queda de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no quarto trimestre de 2008 ante o terceiro trimestre do mesmo ano; o maior recuo dessa natureza desde 1996, quando a série de pesquisas foi iniciada pelo IBGE.

Uma das consequências da crise internacional foi a volatilidade do mercado de capitais brasileiro e a diminuição dramática do número de Ofertas Iniciais de Ações (IPOs), causando, naturalmente, uma queda na quantidade de investimentos, tanto nacionais quanto estrangeiros.

No que se refere especificamente ao setor de private equity, as opiniões dos especialistas estão divididas. Se parte avalia que as consequências da crise serão positivas, a outra parte conta com sequelas negativas.

De um lado, os otimistas acreditam que a redução no número de IPOs aumentará as oportunidades para os fundos. As empresas com necessidades de financiamento têm dificuldade em obter crédito nas instituições financeiras e já não enxergam o mercado de capitais como alternativa viável. Com isso, estão buscando o private equity como uma boa opção, e os fundos, por sua vez, estão em ótima posição para negociar preços.

É interessante notar que este ano as empresas poderão adotar uma trajetória mais coerente para obter investimentos. Devem buscar, primeiramente, atrair o aporte do private equity. Nessa etapa inicial, as empresas terão a oportunidade de aperfeiçoar suas práticas de governança corporativa e melhorar seu desempenho financeiro. Posteriormente, quando sua capacidade de incitar recursos estiver potencializada, elas poderão contemplar o IPO. O que se observou nos últimos anos foi que muitas companhias desprezaram a primeira etapa, rumaram diretamente para a fase de IPO, em virtude de seus resultados significativos.

Por outro lado, com menos negócios no mercado de capitais, os fundos de private equity estão preocupados com a falta de mecanismos de saída adequados para realizar seus ganhos após determinado período de investimento.

Ao negociar um novo investimento, o fundo precisará contemplar táticas alternativas de saída, como a venda privada de participação para investidores estratégicos, como por exemplo, companhias que atuem no mesmo ramo de atividade ou em setor complementar.

Outra medida que pode ser adotada pelos fundos é a inclusão de determinadas cláusulas nos estatutos sociais ou acordos de acionistas das empresas investidas com o intuito de lhes assegurar uma rentabilidade maior no investimento, caso sua saída do negócio necessite ser adiada.

Além da questão do mecanismo de saída, o private equity enfrenta outra preocupação. Em decorrência da crise internacional, grande parte dos seus investidores tradicionais, como os fundos de pensão e organismos de financiamento educacional, registraram graves perdas em outras categorias de investimento. Eles têm agora que reequilibrar seu portfólio, reduzindo o montante investido em fundos de private equity, para cumprir com as regras a que estão submetidos.

De qualquer forma, apesar da atual crise e das dificuldades apresentadas, as condições de investimento no Brasil podem ser bastante positivas. Contudo, tanto os fundos quanto as empresas que buscam aporte de recursos precisarão ter flexibilidade para negociar os termos da operação, de forma a contemplar alternativas que satisfaçam as preocupações de ambas, principalmente, nos itens avaliação, portas de saída, e rentabilidade.


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