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Capital Aberto

O gigante imobiliário chinês Evergrande recebeu nesta segunda-feira (29) ordem de liquidação de um tribunal de Hong Kong no episódio derradeiro da crise imobiliária que está revirando a segunda maior economia do mundo. A juíza Linda Chan decidiu liquidar a incorporadora mais endividada do mundo, depois de observar que a Evergrande não foi capaz de apresentar um plano de reestruturação concreto por mais de dois anos.

A falência é o último capítulo de uma saga que viu a Evergrande acumular mais de US$ 300 bilhões (R$ 1,47 trilhões) em passivos durante o boom imobiliário alimentado pela dívida da China, antes de se tornar o símbolo de um colapso de mercado que mostra poucos sinais de acabar. A construtora foi avaliada em apenas US$ 275 milhões (R$ 1,35 bilhões) na segunda-feira, antes de as negociações de suas ações serem interrompidas –  uma queda de mais de 99% em relação ao pico.

O colapso da Evergrande é de longe o maior em uma crise que arrastou o crescimento econômico da China e levou a uma série recorde de inadimplências por parte dos incorporadores. A liquidação será um caso de teste para a abrangência legal dos tribunais de Hong Kong na China, onde está a maioria dos ativos da Evergrande.

Investidores estão observando se os tribunais chineses reconhecerão a decisão de Hong Kong. E ficam atentos à maneira como as autoridades chinesas tratam os credores estrangeiros em caso de dificuldade de empresas.

Bilhões de dólares já foram retirados do continente chinês por investidores globais, preocupados com um jogo desigual para o capital estrangeiro. Paralelamente, o presidente Xi Jinping reforça o controle do Partido Comunista sobre a economia.


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Os formuladores de políticas podem ter que equilibrar prioridades concorrentes ao tentar fortalecer a confiança do investidor, garantir a construção de casas inacabadas e manter a resiliência do sistema financeiro diante dos problemas do setor imobiliário.

“O mercado ficará atento ao que os liquidantes podem fazer após serem nomeados, especialmente se conseguirem obter o reconhecimento de qualquer um dos três tribunais designados da República Popular da China” [sob um acordo de 2021 entre China e Hong Kong], disse Lance Jiang, sócio de reestruturação no escritório de advocacia Ashurst. “Os liquidantes terão poderes muito limitados de execução sobre ativos no continente chinês se não conseguirem obter tal reconhecimento.”

Os tribunais de Hong Kong já emitiram pelo menos três ordens de liquidação para outros incorporadores chineses desde o início da crise em 2021. Mas nenhum desses casos se compara ao da Evergrande em complexidade, tamanho de ativos e número de partes interessadas.

Os procedimentos de insolvência de Hong Kong têm reconhecimento limitado na China, cujos tribunais também podem nomear administradores em suas próprias jurisdições. Isso deixa em aberto a questão das reivindicações dos detentores de US$ 17 bilhões (R$ 83 bilhões) em títulos da Evergrande em dólares, cobertas pelo plano de reestruturação proposto.

A maioria dos títulos em dólares da Evergrande indicava cerca de 1,5 centavos de dólar na sexta-feira, um sinal de que os investidores têm expectativas baixas de pagamento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

“A empresa fez todos os esforços possíveis e lamenta a ordem de liquidação”, disse Shawn Siu, CEO da Evergrande, em comunicado. “A empresa garantirá as entregas de casas e promoverá de forma constante a operação normal do grupo.” 

“O mercado deve se concentrar nas boas empresas que passaram por este pior ciclo de crédito de todos os tempos”, disse Jenny Zeng, diretora de investimentos para renda fixa da Allianz Global Investors. “O peso da Evergrande, seja no mercado físico ou no mercado de capitais, é negligenciável. Devemos nos concentrar nos sobreviventes.”


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